"Cristãos na teoria nem sempre são
discípulos na prática"



sábado, 29 de junho de 2013

Muita informação, nenhum fruto!


“Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram.” (Hebreus 4.2).
Perguntaram a certa jovem, que havia estudado o Novo Testamento exaustivamente, escrevendo longos artigos sobre ele, qual havia sido a maior descoberta em todo o seu trabalho. Ela respondeu que o mais importante era observar o pano de fundo histórico e cultural no qual os documentos foram escritos. Obviamente esse é um procedimento útil: a linguagem e o pensamento da época são chaves para a compreensão do conteúdo. Mas aquela mulher considerava o Novo Testamento apenas mais um documento histórico, mais um livro de pesquisa. As vezes somos tentados a viver uma vida alienada da graça de Cristo, a palavra de Cristo é viva, ela entra em nossos pensamentos e os discerne, move nosso coração e entendimento, mas quando ela passa a ser somente mais uma leitura, perdemos seu real valor.
É incontável o número de pessoas impactadas e transformadas pelo poder da mensagem bíblica, assim que passam a conhecê-la. Elas a reconhecem como Palavra de Deus, aplicando-a à própria vida, e concordando com o salmista: “Senhor, tu me sondaste, e me conheces” (Salmo 139.1). Muito antes de “cada galho da árvore ser sacudido”, tais homens e mulheres encontraram uma fé viva no Redentor, o Senhor Jesus Cristo. Mas o que as fez chegar a uma conclusão tão oposta à da erudita em questão? A consciência delas foi despertada. A Palavra de Deus lhes penetrou a alma. É claro que é necessário compreendê-la intelectualmente. Mas se nossa consciência não for tocada, o fruto da pregação, ou seja, a fé salvadora, não se manifestará. Tal fé é gerada por Deus no coração, sede de nossas mais profundas motivações e inclinações. “Com o coração se crê para a justiça” (Romanos 10.10). O entendimento adequado se desenvolve a partir dessa fé, e não ao contrário. “Pela fé entendemos” (Hebreus 11.3).
Minha oração é que você possa encontrar na leitura da Bíblia, inspiração e alimento para sua alma. Como os filhos de Corá encontraram refúgio no dia da aflição, possamos encontrar também em nossos dias! (Salmo 46).

Dízimo ou Mordomia Cristã?

Texto de Gerson Lima, escrito na seção artigos do site www.editoradosclassicos.com.br
Monte Mor, 27/06/2013

Frequentemente sou perguntado se devemos ou não dar o dízimo, e esse tem se tornado um dos assuntos religiosos mais controversos até mesmo entre os que não seguem a fé cristã. Estranhamente, as pessoas perguntam já respondendo, afirmando ser isso algo do Antigo Testamento e que os apóstolos não orientaram a Igreja a dar o dízimo. O que me surpreende é que nunca encontrei alguém perguntando ou refletindo sobre o que Deus quer nos ensinar com o dízimo. A maioria acha que Jesus não deixou explícito, de forma doutrinária e até sacramental, a questão do dízimo no Novo Testamento. Mas será que Ele deixou clara Sua vontade sobre isso e não a vemos porque estamos lendo com as lentes da avareza? Não entendemos ainda que o âmago da questão não é se devemos ou não dar os 10%, mas sim a motivação em contribuirmos ou não. Na verdade, estamos sendo provados por Deus com os bens que Ele nos confiou para representá-Lo.  Por isso, não se trata do quanto damos, mas do quanto retemos para nós. Não se trata de quanto vamos contribuir nem da frequência em si, mas se entendemos que nada do que temos é nosso, mas sim d’Ele.
O verdadeiro cristão encara a relação com o dinheiro como algo espiritual. Nada revela mais nossa real relação com Deus e com o mundo do que pela forma que usamos o dinheiro. Será que discernimos que há uma força maligna que alimenta o sistema mundial de modo que a maioria de nós esteja dominada pelo dinheiro? Se o que determina nossas ações é o quanto vamos ganhar ou perder, então estamos sendo dominados pelo dinheiro. Precisamos aprender, ainda que com dores, que o modo como lidamos com o dinheiro determina o elo entre nós e Deus ou com os demônios. E Jesus nos advertiu que ninguém pode servir a Deus ou ao dinheiro ao mesmo tempo.
“O Espírito de Deus tenta falar ao homem moderno sobre a grande maldição que está sobre seu coração e sua vida – ele ficou tão absorvido pelo dinheiro e (…) por seus interesses que qualquer noção de Deus (…) e de eternidade não tem espaço em seu mundo. Há cifrões diante de seus olhos, e ele preferiria fechar um negócio e obter um lucro irrisório a procurar o caminho para o reino de Deus” (A. W. Tozer).
O cego avarento faz apologia a uma fútil espiritualidade, dizendo que Deus não se importa com dinheiro. “Na verdade”, disse Howard Dayton, “Jesus Cristo falou mais sobre dinheiro do que sobre quase todos os outros assuntos. Há na Bíblia 500 versículos sobre oração, menos que 500 sobre a fé, porém, mais de 2.350 sobre dinheiro e posses.” Temamos, então, que ao concentrar demasiado esforço em provar que o dízimo foi só uma passageira obrigação da Lei não estejamos, na verdade, sagazmente manipulando um meio para justificar nossa avareza e, assim, escapar da responsabilidade em honrar a Deus com nossas finanças.
Eu não faço apologia ao dízimo, mas sim à mordomia cristã. A história nos mostra que os homens mais usados por Deus foram sempre os mais generosos. “Essa é uma questão em que muitos líderes naufragam, e seu trabalho tão importante termina desastrosamente. O amor ao dinheiro por parte de alguns tem feito mais para desacreditar a obra de evangelização, e para levar muitos ao ostracismo, do que qualquer outro fator” (Torrey). A meu ver, o auge de um verdadeiro avivamento é atingido quando o poder do Espírito Santo leva a Igreja à reforma social, a ponto de os mais ricos repartirem com os mais pobres, quando ninguém retém algo para si, quando o dinheiro não é gasto em coisas vis e há provisão para o avanço do Reino de Deus. Muitos querem se distinguir na pregação e no ministério, mas, segundo Paulo, devemos nos aplicar às boas obras a favor dos necessitados, pois esse é um dos motivos de sermos infrutíferos na fé (Tito 3:14).
Lutero mencionou que “a última coisa a se converter num homem é o seu bolso”. A minha sugestão é que, longe de ser uma obrigação sob pena de maldição, devemos contribuir liberal e sistematicamente e podemos usar (no mínimo) o dízimo como um princípio de mordomia, expressando a graça de Deus em generosidade e justiça. Reconheçamos que por natureza somos avarentos e por isso devemos desconfiar de nosso maligno coração. Não caiamos no engano de contribuir quando “sentirmos”, porque nossa carne nunca sente de se render aos interesses de Cristo e, quando o faz, espera receber em troca. Temos que pregar o Evangelho para nosso dinheiro assim que o recebemos, consagrando-o totalmente a Deus. É a prática da contribuição pela fé em Deus que nos cura da avareza, até sermos gradualmente conformados à imagem d’Aquele que, sendo rico, Se fez pobre, para que na Sua pobreza enriquecesse a muitos.
“O lema do cristão deve ser: trabalhar muito, gastar pouco, dar muito e dedicar-se inteiramente a Cristo” (Anthony Groves). Como prática de disciplina cristã, recomendo o que Tozer disse: “1. Nossa oferta deve ser sistemática; 2. nossa oferta deve ser fruto de um motivo justo; 3. nossa oferta deve ser proporcional ao que temos; e 4. nossa oferta deve ser feita no(s) lugar(es) certo(s)”. Temamos que alguém seja tão pobre que a única coisa que ele tenha seja o dinheiro.
Gerson Lima
Monte Mor, 27/06/2013

terça-feira, 25 de junho de 2013

O amor incondicional de Deus


“Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu filho. Mas, como os chamavam, assim se iam da sua face; sacrificavam a baalins, e queimavam incenso às imagens de escultura. Todavia, eu ensinei a andar a Efraim; tomando-os pelos seus braços, mas não entenderam que eu os curava. Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor, e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas, e lhes dei mantimento.” (Oséias 11.1-4). O amor de Deus é incondicional. Sua causa não esta no objeto amado, mas no próprio Deus. Ele amou Israel não por suas virtudes, mas apesar de seus deslizes. Amou Israel não porque era forte e numeroso, mas apesar de ser pequeno e fraco. Amou-o não porque Israel se voltava para Deus em arrependimento, mas a despeito de Israel ser inclinado a desviar-se d’Ele.
Hoje vivemos dias onde o amor tem se esfriado, o Senhor nos chamou para levarmos uma mensagem de amor e esperança para aqueles que se encontram longe do Senhor, afastados deste amor. Homens e mulheres que insistem em viver alienados da mensagem da cruz, que escolhem viver em rebeldia, longe de seu criador e redentor. Oseias nestes versículos faz um contraste entre o amor de Deus e a rebeldia de Israel. Gostaria de destacar o amor singular de Deus diante de tanta indiferença que temos vivido em nossos dias.
            1.   O amor de Deus, amor que escolhe...
“Quando Israel era menino, eu o amei...” (vs. 1). Amar aqui significa escolher. O amor de Deus é um amor eletivo. Deus nos amou mesmo antes de o conhecê-lo. Deus nos escolheu quando ainda estávamos sendo gerado, Deus já tinha um proposito para nossas vidas (“Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.” Salmo 139.16). É assim a eleição divina. Deus nos escolheu desde a eternidade. Nos escolheu não porque viu algo em nós que o atraísse, mas escolheu-nos soberana, livre e graciosamente. Deus tem um proposito para cada um de nós. E este proposito surgiu mais devido à graça de Deus do que nossas qualidades e capacidades individuais. Porem como a nação de Israel nos tempos de Oséias, a graça soberana de Deus tem sido sufocada devido à perversidade e pecado de nossa geração, e como eles, ignoramos o amor de Deus, Sua bondade e aos Seus interesses celestiais (“Mas, como os chamavam, assim se iam da sua face; sacrificavam a baalins, e queimavam incenso às imagens de escultura.”).
O Senhor nos tem separados para sermos uma benção para o mundo desde antes sermos formados, Deus já tinha um plano para nossas vidas. Como pela providencia de Deus Moisés se refugiou na casa de Faraó, fazendo retornar à própria terra para atender a sua vocação. Deus faz algo inusitado para cumprir o seus propósitos, como preservou a Moisés do massacre de Faraó o levando a ser filho de Faraó. O Senhor nos tem escolhido para sermos seus filhos!
             2.   O amor de Deus, amor que liberta e protege
“...e do Egito chamei a meu filho...” (vs. 1). O Deus que ama e escolhe é o Deus que chama eficazmente. Não somos mais escravos do pecado, mas amados, amados filhos de Deus. Deus tem quebrado todos os grilhões que pesam sobre nossas vidas. Todos os ferrolhos de nossas prisões e algemas que o inimigo insiste em colocar em nossas almas. Como o êxodo foi uma intervenção milagrosa de Deus, arrancando o Seu povo do cativeiro, assim como a cruz foi a nossa porta de libertação do cativeiro do pecado. “Todavia, eu ensinei a andar a Efraim; tomando-os pelos seus braços, mas não entenderam que eu os curava.” (vs. 3). Deus tem nos ensinado a andar e nos toma pelo braço quando nossos pés vacilam. O Deus da salvação é também o Deus da providência. Ele nos tira do cativeiro do pecado e nos ensina, protege e conduz em triunfo.
              3.   O amor de Deus é o amor que busca comunhão
“Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor...” (vs. 4). Deus não é insensível. Ele não está distante ou indiferente. Ele escolhe, liberta, protege e anseia por relacionamento com a gente. Ele é como o marido que anseia pela esposa. Deus é completo em si mesmo. Ele criou todas as coisas para a Sua glória e nos salvou com o fim de o glorificarmos e desfrutarmos d’Ele para sempre. Deus procura adoradores que o adorem em Espírito e em verdade. Ele se alegra quando o Seu povo o adora. Ele anseia por comunhão.
“...e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas.” (vs. 4). O amor de Deus não é apenas teórico, Ele demonstra na comunhão o Seu amor por nós. Porque Ele nos ama, alivia a nossa bagagem. Porque anseia por nós, remove os nossos fardos. Porque nos atrai para Si, tira de sobre nós o jugo pesado. O pecado é um jugo pesado, o pecado cansa. O fardo de Cristo é leve e Ele veio para retirar o peso das nossas costas. Ele veio para nos trazer alivio.
Concluindo, o amor de Deus é o amor que serve. “...e lhes dei mantimento.O Deus soberano adorado e servido pelos anjos inclina-se para alimentar o seu povo com uma mãe carinhosa, como um pai atencioso. Apesar d’Ele estar assentado num alto e sublime trono e governar as nações, Ele cuida de nós como uma ama terna e carinhosa alimenta a criança.
Nem mesmo Paulo em sua carta aos coríntios conseguiu transmitir uma mensagem de amor tão grande como Oséias. Oséias nos abriu as cortinas do céu e nos revela o amor de Deus de forma tão singular. As entranhas de Deus se comovem em nosso favor. O coração de Deus está palpitando por nós! Deus jamais desiste de nos amar!

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Mantendo-se firme, sem vacilar!


“Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo; Os quais vos diziam que nos últimos tempos haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências. Estes são os que a si mesmos se separam, sensuais, que não têm o Espírito. Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.” (Judas 1.17-21).
Temos vivido dias onde tem se levantado pessoas anunciando uma graça barata. Um evangelho sem renuncia e sem arrependimento. Enfim, um evangelho sem cruz! Eles tem se infiltrado no meio do povo de Deus para provocar contenda, confusão e muitos naufrágios espirituais. Esses lobos disfarçados por ovelhas são como icebergs que provocam terríveis acidentes. Assim, são os falsos mestres. Quem embarca em seu ensino aparentemente seguro, faz uma viagem rumo ao desastre.
Judas nos adverte a estarmos atentos a essas pessoas, ele destaca verdades que precisa estar presente em nossa vida cristã de nossos dias. Relembre da palavra de Deus: “Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas...” (vs 17). A palavra de Deus é o antídoto contra as heresias dos falsos mestres. Por isso amados precisamos atentar para esta questão:
1. Relembre quem deu a palavra: “Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo...” As escrituras nos foram entregues pelos apóstolos. Os falsos mestres querem se colocar acima dos apóstolos de Jesus Cristo. Chamavam-se a si mesmo de apóstolos e diziam ter novas revelações de Deus. Ainda hoje, muitos falsos mestres, querem introduzir na igreja de Deus novos ensinamentos, contrários às verdades já reveladas nas escrituras. Devemos repudiar todo ensino que não esteja em sintonia com a palavra de Deus. Não podemos acrescentar nada a ela e nada podemos tirar.
2. Relembre o que eles nos ensinaram: Os quais vos diziam que nos últimos tempos haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências.” (vs. 18). Os apóstolos já haviam alertado sobre o perigo dos falsos mestres e dos seus perigosos ensinos (1Tm 4.1; 1Jo 4.1 e 2Pe 2; 3.3). Essas pessoas andam se infiltrando ainda hoje nas igrejas, despejando seu veneno e pervertendo as Sagradas Escrituras. Escarnecer não é brincar e nem falar coisas engraçadas, mas um sério ataque contra Deus, Sua palavra e Seu povo. Os escarnecedores demonstram abertamente seu desprezo e descaso por Deus, seguindo seus próprios desejos ímpios. Rejeitam deliberadamente o juízo de Deus e escolhem um estilo de vida de pecado.
3. Relembre o que eles disseram: Estes são os que a si mesmos se separam, sensuais, que não têm o Espírito.” (vs. 19). Os falsos mestres desejam dividir o corpo de Cristo: “A Igreja” e levar os cristãos para fora da verdadeira comunhão dos santos. Eles enganam porque não têm o Espírito Santo. Os falsos mestres não buscam o ímpio, mas os cristãos para destruí-los. O propósito deles é criar confusão e divisões. Travestidos de pele de ovelhas, tentam entrar disfarçadamente no meio do rebanho, para devorar as ovelhas (Atos 20.29). Outras vezes, manifestam-se no meio do rebanho, saindo de igreja em igreja, arrastando ovelhas distraídas e as tornando suas reféns espirituais (Atos 20.30).  
Concluindo, edifique a sua vida cristã (vs 20-21). Judas começa e termina sua carta falando sobre a fé. Ele nos exorta a batalhar pela fé, uma vez que somos também edificados na fé. A nossa fé  tem conteúdo na palavra de Deus. Precisamos ser edificados na palavra de Deus. A palavra de Deus é o alicerce de nossas almas, é a bússola que nos guia em nossa viagem rumo à glória. A palavra de Deus é o mapa do peregrino rumo ao céu! Por isso amados, Mantenha-se firme, sem vacilar!

terça-feira, 11 de junho de 2013

O exército de Deus


“...aos chamados, santificados em Deus Pai, e conservados por Jesus Cristo: Misericórdia, e paz, e amor vos sejam multiplicados.” (Judas 1.1-2).
Ao lermos a epístola de Judas percebemos que as pessoas para quem ele escreveu sua carta não são identificados por sua localização geográfica, mas por sua posição espiritual. Os cristãos são chamados, amados e guardados por Deus. Este grupo de três palavras acentua o fato da salvação ser obra exclusiva de Deus. É resultado de Sua soberania, Seu amor e Seu poder. Seu desígnio inicia na eternidade, caminha através do tempo e se cumpre na eternidade.  
 Judas acentua duas verdades sobre os cristãos. Judas usa três expressões para descrever os discípulos de Cristo: Os chamados, os amados e os guardados. Essas expressões revelam o profundo compromisso de Judas com as doutrinas da graça. Judas destaca três grandes doutrinas da graça: A eleição incondicional, a vocação eficaz e a perseverança dos santos. Aqueles a quem Deus conhece de antemão, os seus amados, a esses Deus chama eficazmente e dá-lhes segurança eterna. A trindade está comprometida nessa gloriosa obra de nossa redenção: o Pai elege, o Espírito Santo chama e o Filho dá segurança. Judas nos convida a analisarmos essas três verdades soberana da fé cristã:
1. Os chamados - Os cristãos a quem Judas se dirige foram tirados da morte para a vida, das trevas para a luz, da escravidão para a liberdade. Foram escolhidos soberanamente por Deus e chamados eficazmente por Sua graça. O mesmo Deus que nos predestinou, este também nos chamou. A palavra de Deus nos fala sobre dois chamados, um geral e outro específico. Um externo e outro interno. Um dirigido aos ouvidos e outro ao coração. Todos aqueles a quem Deus conhece de antemão e predestina, a esses também chama a cumprir Seu eterno propósito (Romanos 8.29-30). O chamado de Deus é eficaz, pois os discípulos de Cristo ouvem a sua voz e o seguem (João 10.27).  
2. Os amados - O amor de Deus é incondicional e eterno. Deus nos amou desde eternidade porque Ele é amor. Nosso amor por Deus é apenas um reflexo do amor de Deus por nós. Deus nos amou primeiro. Ele nos amou não porque viu em nós virtudes, mas a despeito de sermos pecadores. Ele nos amou não por causa dos nossos méritos, mas a despeito dos nossos deméritos.
3. Os guardados - Enquanto Deus preserva os anjos caídos (vs 6) e os falsos mestres (vs 13) para condenação, Ele preserva os cristãos para a glória (vs 1). Judas anuncia aqui a doutrina da preservação dos santos e a doutrina da condenação do incrédulo. Ao mesmo tempo que Deus julga aqueles que abandonam a verdade, Ele salva aqueles que perseveram na verdade. Os apóstatas podem pecar, cair e sofrer condenação, mas os verdadeiros discípulos são guardados em segurança, em Cristo, por toda eternidade.
Concluindo, um apóstata não é um cristão verdadeiro que abandona a salvação. Antes, é uma pessoa que declara ter aceitado a verdade e a salvação em Jesus Cristo, mas se desviou da fé que uma vez por todas foi entregue aos santos (vs 3). Judas declara que Deus pode ser justo e o justificador do que tem fé. Agora, deixamos de ser réus para sermos filhos. As barreiras que nos separava do amor de Deus foram removidas. Temos livre acesso a Sua presença. Jesus é esse novo e vivo caminho para Deus. Então, temos paz com Deus!!!         

terça-feira, 4 de junho de 2013

Amor Inconstante


“Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque o vosso amor é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa.” (Oséias 6.4). Deus coloca o dedo na ferida e revela a real condição espiritual de Israel. O Senhor nos mostra aqui o perigo de se viver uma vida cristã superficial. Quando nossa conversão não é real, o arrependimento é falso e o amor por Deus é epidérmico, vacilante,  e passageiro. Em nosso relacionamento com o Senhor é necessário haver sinceridade e desejo em conhecê-Lo e querer amá-Lo. Este versículo nos ensina algo importante que precisamos atentar:  “Mas o SENHOR Deus responde: O que é que vou fazer com você, Israel? E com você, Judá, o que é que eu faço? Pois o amor de vocês é tão passageiro como a cerração ao nascer do sol; é como o orvalho, que seca logo de manhã.” (Oséias 6.4 NTLH).
1. Deus não se impressiona com palavras bonitas, Ele vê o coração.
“Vinde, e tornemos ao Senhor...” (vs. 1). Israel se propôs a voltar-se para Deus. O povo reconheceu que Deus era o autor tanto da disciplina como da restauração (Oséias 6.1). O povo prometeu viver na presença de Deus. O povo proclamou o seu propósito de conhecer a Deus e prosseguir nesse conhecimento, certo de que Deus viria sobre eles, trazendo-lhes restauração. As palavras eram bonitas, tudo parecia perfeito. Porém, Deus sondou o coração do povo e viu que nada era sincero e nada fazia sentido. Essas palavras brotavam de um coração sem amor profundo e duradouro por Deus. O amor de Israel por Deus era como uma nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que se dissipam rapidamente. Deus não quer que o nosso relacionamento com ele seja constituído de palavras bonitas e de rituais vazios, de corações que se enchem de entusiasmo num dia e no dia seguinte estão frios. Um ritual superficial jamais pode substituir o amor sincero e a obediência fiel (Mateus 9.13;  Mateus 12.7 e Salmo 78.34-37).
2. A palavra de Deus, que deveria salvá-los, é enviada para castigá-los.   
“Pelas palavras da minha boca os matei...” (vs. 5). A palavra de Deus é espada de dois gumes. Ela anuncia graça e juízo. Aos que se arrependem, proclama misericórdia. Aos pecadores, anuncia juízo. A palavra de Deus é martelo que despedaça a penha. Os corações duros serão quebrados repentinamente sem que haja cura. A palavra de Deus é fogo, ela purifica o ouro, mas queima as impurezas. Diante da pregação da palavra, os homens jamais poderão ser neutros: serão melhores ou piores. Ao lermos o capitulo seis do livro de Oséias somos confrontados. A palavra de Deus sempre exige uma resposta. Somos escravos de nossa liberdade. Você não pode deixar de tomar uma decisão. Quem não decide-se por Jesus decide-se contra Ele. Quem com Ele não ajunta espalha. Até uma indecisão é uma decisão. Deus tem nos dado a Sua palavra para sermos salvos por intermédio dela, mas se a recusamos, somos condenados por ela (Marcos 16.15-16).
Concluindo, quando rejeitamos a misericórdia de Deus fatalmente enfrentaremos seus juízos: “...e os teus juízos sairão como a luz.” (vs. 5). Israel desprezou a misericórdia e enfrentou os juízos de Deus. O homem pode rejeitar a misericórdia, mas jamais pode se livrar do juízo. Quando o juízo de Deus veio à luz, Israel foi levado para o cativeiro. Porque desprezaram a graça, receberam o peso da mão da justiça divina. E sendo assim, precisamos buscar ao Senhor com coração sincero e amor sem fingimento, para não vivermos uma vida cristã superficial e do engano do amor inconstante.   

sábado, 1 de junho de 2013

A verdadeira espiritualidade


“E, chamando outra vez a multidão, disse-lhes: Ouvi-me vós, todos, e compreendei. Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele isso é que contamina o homem. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.” (Marcos 7.14-16).
É muito importante observarmos o ensino que Jesus está transmitindo neste texto do evangelho de Marcos, duas verdades são destacadas pelo Senhor:
Em primeiro lugar, a contaminação vem de dentro e não de fora (vs.15). A verdadeira espiritualidade não é um ritual nem mesmo um cerimonial, mas procede da sinceridade do nosso coração. Podemos ver que Jesus coloca algumas implicações: a) Jesus rejeita a ideia de que o homem é produto do meio. O mal não vem de fora, mas de dentro. O mal não está no ambiente, mas no coração. Jesus em sua sabedoria divina revela a maldade inerente do ser humano. b) Jesus refuta a ideia de que o ritual externo pode nos tornar agradáveis aos olhos de Deus. Lavar as mãos ou purificar utensílios domésticos não nos torna limpos aos olhos de Deus. Deus não atenta para a aparência, mas vê o coração. Ele busca verdade no intimo.
Em segundo lugar, em vez de purificações cerimoniais devemos afiar nosso entendimento e nossos ouvidos (vs. 14 e 16). Em vez de sermos prisioneiros de um farisaísmo legalista, Jesus nos exorta a termos uma espiritualidade que é governada pelo entendimento da verdade de Deus. Jesus dá ênfase a necessidade de ouvirmos e compreendermos seus ensinos. 
Concluindo, não podemos seguir interpretações enganosas, antes devemos inclinar nossos ouvidos a palavra de Deus.