"Cristãos na teoria nem sempre são
discípulos na prática"



segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Falta de integridade


“Jesus virou-se e disse a Pedro: Saia da minha frente, Satanás! Você é como uma pedra no meu caminho para fazer com que eu tropece, pois está pensando como um ser humano pensa e não como Deus pensa.” (Mateus 16.23 - NTLH).
É difícil falar sobre integridade nestes dias de tanta falta de integridade. Falar de integridade sem parâmetros ou modelos torna o tema ainda mais emblemático. A Bíblia nos dá alguns modelos que precisamos ter como regras em nossas vidas cotidianas. Gostaria de me espelhar em Pedro e juntos podermos aprender com seus erros e acertos, como ser modelo para uma sociedade que tanto carece de modelos. Às vezes fico pensativo acerca destas palavras de Jesus para Pedro. Ao lembrar o contexto dessa repreensão Jesus havia acabado de prometer que construiria Sua igreja sobre a firme confissão de Pedro, que dissera ser Jesus, o Cristo! Talvez não me surpreenda que tenha sido Pedro quem mais tarde nos advertiu a respeito da difícil lição que ele mesmo aprendeu: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar.” (1Pedro 5.8). Acho interessante o fato de o Senhor ter utilizado Pedro em Atos para confrontar a mesma questão que o próprio discípulo aprendeu. Agora que Jesus havia começado a construir Sua igreja, o nosso adversário voltou a usar a mesma tática daquela primeira ocasião em que Cristo prometeu construí-la. Ananias e Safira, ao reterem parte do valor da propriedade e mentirem sobre isso, tinham o coração voltado aos interesses do homem e não aos de Deus, Pedro deve ter se lembrado das palavras do Senhor para ele: “...porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.” E com coração pastoral e de forma compassiva repreende a Ananias: “Por que você deixou Satanás dominar o seu coração? Por que mentiu para o Espírito Santo? Por que você ficou com uma parte do dinheiro que recebeu pela venda daquele terreno?  Antes de você vendê-lo, ele era seu; e, depois de vender, o dinheiro também era seu. Então por que resolveu fazer isso? Você não mentiu para seres humanos — mentiu para Deus!” (Atos 5.3-4). Pedro aprendeu que a coisa mais importante era a presença do Senhor, ao invés de buscar os interesses humanos. Como disse no inicio desta conversa, precisamos de modelos em nossas vidas e este texto me deixa claro que Pedro aprendeu a buscar em primeiro lugar os interesses do reino de Cristo em sua vida. Quando fazemos isso tornamo-nos íntegros e engrandecemos a Cristo! É a Ele que exaltamos e servimos. Prestamos contas a uma autoridade superior às pessoas: “você não mentiu aos homens” disse Pedro a Ananias, “mas sim a Deus!” Antes de pensar que a punição foi injusta, lembre-se de que Deus é Santo e para Ele o pecado é muito grave. Em nossa cultura pós-moderna, na qual a importância do pecado é minimizada, onde Deus é humanizado e o homem é deificado, não me surpreende quando sou questionado como pastor por alguns que me perguntam quando algo acontece em suas vidas que não os agrada: “Como um Deus santo e amoroso pode fazer uma coisa dessas?” Amados, me deixa dizer algo aqui: Deus leva a sério assuntos que envolvem honestidade e integridade. Será que temos nos esquecido disso? E não pense, nem por um minuto, que o fato de um cristão não cair morto imediatamente após pecar, seja indicação de que Deus faz vista grossa ao pecado em nossas vidas. Deus continua disciplinando Seus filhos, porém, a Seu modo e no tempo certo (2Pedro 3.9). Atualmente, há gente demais se espelhando em pessoas de menos em questões de integridade. Amados, não encontro palavras para descrever como é importante a nossa integridade pessoal! Como discípulos de Cristo, não podemos agir de modo irresponsável com nosso dinheiro e esperar que isso não traga nenhuma consequência. Nosso dinheiro pertence a Deus. Também não podemos agir de modo irresponsável com nossa moralidade. Um discípulo de Cristo não pode ser promiscuo e escapar das consequências de seus atos alegando ser “cristão.” Há um preço terrível a pagar, pois Deus considera Seu povo responsável por seus atos. Não pertencemos a nós mesmos. Lembre-se: PRESTAMOS CONTAS A DEUS, NÃO AOS HOMENS! Sua integridade pessoal não é assunto de foro intimo, uma vez que, como cristão, você é representante do reino de Cristo. Você vive para honrar o nome d’Ele e a reputação de Sua igreja. Não é possível transigir sobre sua integridade sem causar prejuízo aos demais. É preciso ter em mente que a igreja é um corpo, e sendo assim, se uma parte sofre, todos sofrem. Amados, ao confiarmos com temor e tremor em um Deus santo, você passa a observar cuidadosamente seu estilo de vida! Você assume o propósito de buscar os interesses do reino de Deus, antes do seus interesses, o que no fim das contas é melhor para você.
Concluindo, como podemos ver no texto de Atos 5, o próprio Deus resolveu a questão da falta de integridade, tirando a vida daqueles que transigiram. Essa disciplina divina, ao invés de dividir a igreja, tornou o corpo de Cristo mais unido e operante por meio de um intenso temor a Deus e ódio ao pecado. Tudo isso que falei me faz refletir sobre como em nosso testemunho diário precisamos de integridade em nossas ações e reações. Lembre-se das palavras de Pedro em Atos 5.29: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Prepare o caminho do Senhor!


Temos vivido dias difíceis onde a mensagem do evangelho tem sido deturpada diante de um estilo de vida cada vez mais governado pelo mundo. Há um divórcio entre o que se prega e o que se vive. Há uma distância entre a fé e as obras. Não vivemos o que pregamos e pregamos o que não vivemos.
Como lemos no texto de Lucas 3.4-6, João Batista nos desafia a preparar o caminho. Limpar as arestas. Devemos ser um meio de acesso, um canal, onde Cristo possa se revelar as pessoas que fazem parte de nosso dia a dia. Necessitamos ter mais sede de Deus, do que de Suas bênçãos. Precisamos como discípulos buscar a intimidade de Deus com anseio e se empenhar para alcançá-la. Ter consciência que é mais importante a comunhão com o Senhor do que com as coisas. As torrentes de Deus só caem sobre a terra seca. O Espírito Santo só é derramado sobre os sedentos (Is 44.3). Só os que anseiam por Deus conhecem a intimidade de Deus. Só os sedentos terão sua sede saciada (Mt 5.6). Temos de ser caminho e não pedra de tropeço. Ponte de passagem para Cristo e não abismo que impede as pessoas de vê-lo. Precisamos entender o que João Batista estava querendo nos ensinar. O que significa preparar o caminho do Senhor? Ele nos da um roteiro, um mapa a ser seguido:
1. Se quisermos que o Senhor se manifeste, precisamos aterrar os vales. Sem perceber, vivemos uma vida cheia de depressões, de covas que são vãos existenciais. O que são estes vales? Podem ser muitas coisas: Mau gênio, ciúmes, amargura, ódio, ressentimento, baixa auto-estima, complexo de inferioridade, solidão, tédio. Há um perigo de estarmos vivendo esmagados, achatados, cheios de depressão. Vivendo num buraco, num sepulcro existencial. É preciso aterrar estes vales, sair do buraco. Sair da cova. Vale traz também a idéia de separação, de divisão (na família, na igreja, nos relacionamentos). Não podemos viver uma vida separada, dividida, daquilo que o Senhor tem para nós.   
2. Todos os montes e outeiros precisam ser nivelados. Há muitos montes que são obstáculos para a preparação do caminho para a manifestação do Senhor. O Senhor não se manifesta onde a montes da soberba e do orgulho. Deus resiste fortemente ao soberbo. Onde há presunção e mania de grandeza o Senhor não pode se manifestar. Onde buscamos a gloria para nós mesmos o Senhor não está. Há montanhas em nossas vidas que não deixam espaço para Jesus manifestar-se. Onde buscamos aplauso e promoção pessoal, ai o Espírito Santo não é derramado. Há ainda a montanha da incredulidade. A incredulidade é um monte que precisa ser tirado de nossas vidas, pois ela se opõe ao caminho do Senhor tem para nós. Onde há incredulidade, Deus retém as suas bênçãos. A incredulidade foi a causa de Jesus não ter feito grandes coisas em Nazaré. Isso é grave, pois muitos oram mais não crêem que Deus pode fazer. Muitos pedem, mas não esperam receber.  A falta de fé nos faz pequenos e incapazes diante do inimigo. Torna-nos escravos em vez de príncipes diante do Senhor.
3. Precisamos retificar e endireitar os caminhos tortuosos. É preciso endireitar os caminhos tortuosos: Da mentira: Quantas vezes mentimos em pensamentos, palavras e atos? Muitos mentem para a esposa, para o marido, para os pais, para os irmãos, para o pastor, para Deus. Mentem, na escola, nos negócios, na declaração do imposto de renda, na entrega dos dízimos. A mentira é do diabo. E ela é um impedimento na vida do discípulo. Da vida dupla: Muitos sem saber são atores e fazem de sua vida um teatro. Teatro onde usam inúmeras mascaras. Representam diversos papéis. Muitos são como Naamã, heróis fora de casa, mas leprosos dentro do lar. Outros são como Moisés, continuam com o véu sobre a face, quando não há mais a glória de Deus em seu rosto. Não podemos ser tentados a viver uma vida de aparências onde por fora demonstra santidade, mas por dentro está cheia de impureza. Não podemos ser amáveis com as pessoas e um monstro dentro de casa. Enquanto estes caminhos tortuosos não forem endireitados, não haverá esperança de o Senhor se manifestar.
4. Os caminhos escabrosos precisam ser aplanados. Escabroso significa: Fora do devido lugar. Muitos se encontram fora do lugar onde deve estar: “No centro da vontade de Deus.” Quero dar alguns exemplos que podemos ver na vida de homens e mulheres que a Bíblia nos mostra e que hoje em dia continuam a acontecer na vida de muitos cristãos. Como Jonas, fogem da presença do Senhor. Como Adão, escondem-se de Deus. Como Ananias e Safira, mentem para Deus. Como Acã, escondem seus pecados. Como Sansão, envolvem-se emocionalmente e sentimentalmente fora da vontade de Deus. Como Geazi, cobiçam cegamente as riquezas deste mundo. Como Saul, jogam lanças e farpas contra os ungidos do Senhor. Esses exemplos são reais e demonstram o que é viver uma vida fora do devido lugar, são obstáculos que nos impedem de viver no centro da vontade de Deus.      
      Concluindo, ao ser questionado pelos ouvintes João Batista responde que o arrependimento e a preparação do caminho do Senhor requerem: Generosidade (Lc 3.10-11), honestidade nos negócios (Lc 3.12-13), justiça nos relacionamentos (Lc 3.14), integridade na palavra e na vida (Lc 3.14) e a não aceitação de suborno e propina (Lc 3.14). Quando nos santificamos preparamos o caminho do Senhor, Deus se manifesta. Quando Ele se revela, toda a carne vê a salvação de Deus (Lc 3.6).   
      No amor de Cristo, Chico.           

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Intimidade com Deus


A busca incansável pelas bênçãos de Deus é a maior motivação hoje em nossos dias, porém, esta busca não visa à manifestação da glória de Deus, mas o bem estar do ser humano. Tudo gira em torno do homem e suas necessidades. O homem é o começo, o meio e o fim. Tudo é feito pelo homem e para o homem.
Deus e Sua graça acabam sendo um instrumento secundário que trabalha para a realização de todos os desejos e vontades soberanas do homem. Infelizmente acabamos assistindo a um show diário, onde há uma divinização do homem e a humanização de Deus. Vivemos em meio a uma cultura humanista, onde seu estilo de vida tem soprado seus ventos de conduta para dentro da igreja.   
Carecemos de um mover de Deus para corrigir estas distorções. Necessitamos ter mais sede de Deus, do que de Suas bênçãos. Precisamos como discípulos buscar a intimidade de Deus com anseio e se empenhar para alcançá-la. Ter consciência que é mais importante a comunhão com o Senhor do que com as coisas. As torrentes de Deus só caem sobre a terra seca. O Espírito Santo só é derramado sobre os sedentos (Is 44.3). Só os que anseiam por Deus conhecem a intimidade de Deus. Só os sedentos terão sua sede saciada (Mt 5.6). O Salmo 42 ilustra bem está sede que precisamos ter. O salmista está em crise. E na tentativa de fugir de suas angustias ele vai para o deserto. Ele escolhe o deserto do Neguebe como morada. O lugarzinho ruim de se viver, cheio de pedregulhos e cascalho, areia por todo lado, repleto de montes e vales (altos e baixos) lugar ermo e perigoso. Quantas vezes em nossas crises também buscamos refugio em lugar errado. Não era este o lugar que Deus tinha para ele, havia uma inquietação em seu intimo. Pois de repente, ele olha e vê uma corça e Deus começa a falar com ele. Ele consegue discernir que aquele animal clamava por água. E ele se vê gritando em seu coração uma busca esquecida de sua satisfação interior e diz: “Deus esta busca do animal pela água retrata a minha sede por ti. Eu não consigo viver sem Sua presença. Eu anseio por ti mais que tudo.” (Salmo 42.1-2). Às vezes entramos em desertos e isto é um fato, porém, não podemos estar indiferentes e desatentos com o que Deus pode fazer em nossas vidas. Deus pode falar, Ele pode usar uma corça, não podemos estar distraídos com situações que sempre o inimigo coloca para tirar nosso olhar do foco. O Senhor fala em nossas crises, em meio ao caos. Não podemos nos acostumar com o deserto e ficarmos despreocupados com o que acontece em nosso redor. Há um perigo!
Podemos nos acostumar a viver uma vida de sequidão espiritual. Uma vida vazia, uma alma murcha e sem esperança. Não podemos nos tornar uma terra árida, exausta e sem água, Davi nos alertou para isso (Salmo 63.1).
Davi entendeu algo tremendo nos desertos que ele experimentou em sua vida: “A intimidade com Deus é viver com Deus, não importa onde estivermos.” É viver em Deus! É viver para Deus! É mergulhar no oceano inesgotável de Sua comunhão! Deixe eu te fazer uma pergunta: “Temos conhecido essa sede de Deus? Nosso coração anseia por Ele? Nossa alma clama pela presença de Deus?” A marca que fica em nosso coração quando temos essa sede é o sinal daquele que sempre quer mais de Deus. Como Moisés tinha, pois mesmo depois das revelações que ele recebia do Senhor no Sinai, ele ainda queria mais, esperava por mais, buscava mais. Ele ainda pedia para ver a glória de Deus!
Concluindo, Deus é o maior prazer de sua vida? Quando Deus é o centro e o conteúdo de nossa vida, nós passamos a conhecer a intimidade de Deus. Experimentamos o derramamento de Seu amor em nossos corações, somos banhados pelo óleo da alegria indivisível e ficamos cheios da presença do Espírito Santo em nossas vidas. Começamos a desfrutar e compreender as insondáveis riquezas de cristo. Que o nosso coração corra agora para o Deus vivo, manancial de águas vivas! (Jeremias 2.13).
No amor de Cristo, Chico.    

Santidade


“A maior vergonha dos nossos dias é que a santidade que apregoamos é anulada pela impiedade de nosso viver!” (Leonard Ravenhill). Temos vivido dias difíceis onde a mensagem do evangelho tem sido deturpada diante de um estilo de vida cada vez mais governado pelo mundo. Há um divórcio entre o que se prega e o que se vive. Há uma distância entre a fé e as obras. Não vivemos o que pregamos e pregamos o que não vivemos.
Não há nada mais trágico do que um crente profano como Esaú. Nada mais é tão escandaloso quanto um cristão viver sem santidade. Deus nos escolheu antes da fundação do mundo para sermos santos (Efésios 1.4). Escolheu-nos desde o principio para a salvação, pela santificação do Espírito (2 Tessalonicenses 2.13). Por isso, a maior pedra de tropeço é alguém dizer-se cristão e viver como se Deus não existisse (Tito 1.16). O cristão carnal é mundano e pior do que o ateu. Nada há mais deformado do que uma ortodoxia fria, morta, desprovida de piedade. Nenhum veneno é tão mortal quanto uma pessoa dizer-se discípulo de Cristo e viver uma vida mundana e compactuada com o pecado. Não podemos viver somente com o rótulo: “Sou discípulo de Cristo.” Por fora ostentando o nome de Cristo, mas por dentro ser mundano. Como podemos ousar imaginar viver uma vida no pecado, sabendo que para nos libertar dele, Jesus morreu na cruz! Como podemos viver uma vida impura e sem santidade diante de um Deus santo! É impossível ser discípulo de Cristo e mundano ao mesmo tempo. 
Concluindo, a ausência de santidade é a causa do nosso fracasso e o grande obstáculo ao avivamento. Deus não usa vasos sujos. A falta de santidade nos desabilita, nos amarra. Quando a vida de um discípulo não é coerente, transparente, santa e irrepreensível, sua pregação é vazia, pobre, desacreditada e infrutífera. O apostolo João disse que “aquele que diz que permanece nele (em Cristo), esse deve também andar assim como Ele andou.” (1 João 2.6).   
No amor de Cristo, Chico.