"Cristãos na teoria nem sempre são
discípulos na prática"



segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Pastoreamento


“Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada...” (1 Pedro 5.1).
Pedro faz um apelo à liderança. Em tempos de sofrimento e perseguições, como lideres precisamos estar alertas. Precisamos conduzir a igreja por esse vale de dor e ser modelos do rebanho nesta fornalha ardentes.
A natureza do apelo: A palavra grega parakalo, traduzida por “rogo” vem de parakletos que é “consolador”. Trata-se de um apelo intenso, veemente, urgente, porém regado de ternura. Neste gesto Pedro está nos ensinando algo importante aqui, mesmo em sua posição de autoridade como apostolo ele não manda, mas roga. Demonstrando a característica de um líder, que tem sua autoridade reconhecida e não por autoritarismo.
Destinatários do apelo: Pedro roga aos lideres que estavam a frente do rebanho. Pedro sabia e respeitava a responsabilidade destes homens em cuidar do rebanho. Pedro sabia que eles é quem cuidava do rebanho, protegendo-as dos perigos e alimentando-as.
Vs. 2-3: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho.
Nestes versos Pedro faz três observações importantes na tarefa de liderar pessoas:
1. Não por constrangimento, mas espontaneamente: O líder não é o dono das ovelhas, não podemos nunca nos esquecer que o rebanho é do Senhor. Mas o Senhor nos orientou a alimentar, proteger e conduzir as pessoas a Cristo. Pedro esta dizendo aqui que a liderança no corpo de Cristo não é algo imposto pela força, mas é algo voluntario. Existe também a questão de fazer a obra do Senhor de qualquer jeito, é necessário nos prepararmos para trazer ensino, direção e a visão correta acerca do reino de Deus aos irmãos. Por isso é necessário nos prepararmos.
     2. Não por sórdida ganância, mas de boa vontade: Como lideres precisamos exercer o serviço entre os irmãos. Devemos visar a glória de Deus e o bem das pessoas que cuidamos. Ensinar com o exemplo.
      3. Não como dominadores, mas como modelo: Por meio do Espírito Santo temos recebido autoridade para liderar pessoas, mas não podemos fazer mau uso desta autoridade. Como líder preciso ser um modelo para os irmãos, estamos a frente para mostrar o caminho aos irmãos. Jesus ensinou que o modelo de liderança é o serviço. (Jo 13.4-5).
      Concluindo, todo nosso trabalho será recompensado: “Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória.” (vs.4). Todo líder que serve ao Senhor com fidelidade tem a promessa de que, quando Jesus voltar, em majestade e glória, receberão de suas mãos a coroa da gloria. Pedro cita aqui uma coroa como de um atleta que recebe ao final de sua conquista. A coroa de um líder fiel é uma coroa de glória, uma coroa imarcescível. A Bíblia cita algumas coroas que eu gostaria de destacar aqui:
     a. Coroa da alegria: Pois quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa em que exultamos, na presença de nosso Senhor Jesus em sua vinda? Não sois vós?” (1 Ts 2.19),
     b. Coroa da justiça: Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.” (2 Tm 4.8).
     c. Coroa da vida: Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.” (Tiago 1.12) e “Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Ap 2.10).
     d. Coroa de glória: “Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória.” (1 Pe 5.4).
      Creia haverá ampla recompensa da parte de Cristo para aqueles que servirem com fidelidade e amor. Paixão pela obra!


Discipulado


“O presbítero ao amado Gaio, a quem eu amo na verdade. Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma. Pois fiquei sobremodo alegre pela vinda de irmãos e pelo seu testemunho da tua verdade, como tu andas na verdade. Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade. Amado, procedes fielmente naquilo que praticas para com os irmãos, e isto fazes mesmo quando são estrangeiros.” (3 João 1-5). Esta carta de João a Gaio, demonstra algumas realidades acerca do discipulado. Gostaria de destacar algumas destas realidades:
1. Testemunho: Uma destas realidades é o nosso testemunho. João fala 3 vezes esta palavra (vs. 3, 6 e 12). O seu significado são é somente o que dizemos, mas também o que fazemos. Cada um de nós é responsável por nossas ações, sejam elas boas ou más. Não há neutralidade quando se trata da vida cristã.  João ao escrever esta carta especificamente ao seu discípulo Gaio, trata ele com muito afeto e se alegra ao receber boas noticias acerca de seu testemunho (versículo 4). Gaio era um homem que andava na verdade. Ele não só acreditava na verdade, mas andava na verdade, não havia um conflito entre aquilo que ele falava para aquilo que ele fazia. As pessoas podiam ver Cristo em sua vida.
     2. Afeto compartilhado: João não chama apenas Gaio de amado por três vezes (vs. 1, 2 e 5), mas reforça seu conceito, afirmando: “a quem amo na verdade!” O amor cristão não é apenas para ser vivido, mas também para ser declarado e demonstrado. Gaio era uma pessoa especial. Era daquele tipo de pessoas que atrai a atenção dos outros por sua bondade, amor e testemunho. O afeto de João por seu discípulo era demonstrado no vs. 2. Gaio era um homem de vida espiritual saudável, e aqui João nos ensina que a verdadeira prosperidade não esta nem na riqueza e nem na saúde, mas numa vida espiritual comprometida com o Senhor e Seus ensinos. É lindo ver aqui João intercedendo a Deus pela prosperidade de Gaio em todos os sentidos (físico, material e espiritual). Como discipuladores precisamos ter interesse pela saúde espiritual da alma e a saúde física do corpo de nossos discípulos.
     3. Alegria: As pessoas que iam visitar João davam um bom testemunho de Gaio, comentando como Gaio era fiel a Deus em todos os seus atos e ações. Isto trouxe grande alegria a João (vs. 4). A maior alegria de João não era financeira, mas espiritual. Sua recompensa não era monetária, mas ver seus filhos espirituais andando na verdade. João entendeu quando o Senhor Jesus ensinou sobre esta alegria (João 15.11 diz: “Tenho-vos dito isso para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa.”). João considerava como maior de toda alegria que pudesse experimentar era saber que seus discípulos iam bem espiritualmente. 

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O crescimento natural da igreja


“...acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (At 2.47).
A igreja é um organismo vivo e sendo assim seu crescimento acontece de forma natural. Porém, há um perigo na busca do crescimento, pois podemos pecar na idolatria dos números e errar ao ter medo dos números. Por isso, é importante buscarmos um crescimento saudável do corpo de Cristo. Um crescimento que traz glória ao nome de Deus, edificação para a igreja e conversão dos perdidos. 
Gostaria de destacar alguns aspectos acerca deste crescimento saudável do corpo de Cristo: 
1. Esse crescimento é espiritual
No livro de Atos no capítulo 2 versos 42 ao 47, podemos entender esta dinâmica acerca do crescimento espiritual. O crescimento espiritual deve acontecer antes do crescimento numérico, pois ele deve ser fruto de uma igreja que vive a presença do Espírito Santo. Há um perigo de haver muita adesão e pouca conversão. Muito ajuntamento e pouco quebrantamento. Muita religiosidade e pouca espiritualidade verdadeira. 
Precisamos urgentemente da graça e manifestação do Espírito Santo para nos levar a amar a Deus sobre todas as coisas.  Sermos um povo comprometido com a palavra de Deus e Seus ensinos. Uma igreja que ora com fervor e evangeliza com alegria e responsabilidade com os perdidos. Não podemos buscar ao Senhor somente por Suas bênçãos (prosperidade e sucesso), mas precisamos buscar o conhecimento de Deus.
2.    Esse crescimento é fraternal
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” (At 2.42). A igreja precisa crescer em comunhão, pois somos uma família e membros de um só corpo (Ef 4.1-6). Precisamos estar ligados uns aos outros pelo vinculo do amor. Não existe discípulo isolado do corpo. Não podemos viver isolados uns dos outros, por isso precisamos viver em comunhão, sendo uma família de muitos filhos semelhantes a Jesus! Precisamos estar envolvidos uns com os outros, exercer o dom que Deus tem capacitado a cada um para edificação do corpo de Cristo (Ef 4.7-16).
Somos um exército e não soldados isolados. Somos uma família e não membros solitários. Somos um rebanho e não ovelhas desgarradas. 
Necessitamos amar uns aos outros, servir uns aos outros, encorajar uns aos outros, pois somos conhecidos como discípulos de Cristo. O amor de Jesus precisa ser demonstrado em nossas vidas, pois o amor é a maior evidência de que somos, de fato, discípulos de Cristo (Jo 13.34-35).  
O amor fraterno transforma vidas, se torna uma porta aberta para o evangelismo. Quando as pessoas vêem na igreja a realidade do amor de Deus, elas vão se sentir atraídas a conhecer deste amor. Quando olhamos para cima e vemos a graça soberana do pai, olhamos com temor para dentro de nós e permitimos que o Senhor transforme nossas vidas para sermos testemunho as nações.
3. Esse crescimento é numérico
Não podemos medir a saúde espiritual de uma igreja apenas pelo numero de membros, mas pela sua fraqueza evangelística e falta de crescimento. Não existe fidelidade estéril. Uma igreja saudável cresce natural e numericamente, pois sabemos que é o Senhor que acrescenta os que vão sendo salvos (At 2.47).
Deus abre os corações e dá o arrependimento para a vida e a fé em Cristo. Porém, a igreja que semeia com lágrimas volta com jubilo trazendo os seus feixes. A igreja que prega a palavra do reino de Deus com fidelidade e vive em santidade receberá do Senhor a recompensa. Não podemos colher aquilo que não semeamos. Não podemos ver pessoas salvas se não evangelizamos. Não podemos nos alegrar com os frutos do nosso trabalho se não nos dedicarmos na obra. Todo aquele que foi alcançado pelo evangelho tem um compromisso com ele: “Ser um arauto das boas novas”, pois fomos chamados do mundo e enviados de volta a ele como embaixadores de Cristo e ministros da reconciliação!  
Concluindo, não podemos ficar indiferentes diante da mensagem do evangelho. Chegou a hora de nos levantarmos no poder do Espírito Santo para sermos um vaso nas mãos de Deus para cooperarmos com o crescimento numérico da igreja. Pois a igreja precisa crescer de forma: Espiritual, fraternal e numericamente.
No amor de Cristo
Chico.