"Cristãos na teoria nem sempre são
discípulos na prática"



quinta-feira, 16 de julho de 2015

O sofrimento é o fogo que Deus usa para nos purificar e fortalecer!


“…o poder se aperfeiçoa na fraqueza…” (2 Coríntios 12.9).
Os diamantes são pedras preciosas belas e valiosas, mas no início não passa de carvão comum (preto, sujo e combustível). Através de anos após muito calor e alta pressão, eles se tornam puros e fortes. Isto os torna uma boa metáfora para a força espiritual, Deus usa forças externas intensas para nos livrar das impurezas e para aperfeiçoar a Sua força em nós.
A força de Deus se aperfeiçoa em nossa fraqueza, diz o apóstolo Paulo (2 Coríntios 12.9). Gostaria que isto não fosse verdade, porque é difícil para mim confessar minha fraqueza. As enfermidades e dificuldades que enfrento me ensinam mais do que eu sempre quis saber sobre a fraqueza física. Em algumas ocasiões, um acontecimento corriqueiro pode me fazer mergulhar num estado de fraqueza emocional que muitas vezes nos pega desprevenidos.  Alguns de nós somos capazes de criar uma ilusão de força e auto-suficiência. Mas a perda repentina de saúde, emprego ou um relacionamento valioso é um lembrete surpreendente de nossa total dependência de Deus.
Quando experimentamos a fornalha ardente do sofrimento, seja este físico ou emocional, perseguição externa ou humilhação interior, o propósito amoroso de Deus é nos tornar puros e fortes. Lembre-se: “O sofrimento é o fogo que Deus usa para nos purificar e fortalecer.”

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Nunca havia me ocorrido que minha responsabilidade como pastor era ensinar a viver!

As pessoas estão mal porque não sabem viver. E não sabem viver porque ninguém as ensinou. Em nossos países há escolas de todo tipo, mas lamentavelmente não há uma só escola que ensine a viver. Os primeiros responsáveis por ensinar a viver são os pais. Mas quando a família falha, cabe à igreja assumir essa responsabilidade. Jesus disse: “Vocês são a luz do mundo…” . A igreja é responsável por incluir, educar, reeducar e instruir aos que querem aprender a viver segundo a vontade de Deus. No entanto, lamentavelmente, a igreja, em geral, tem falhado em sua função de ensinar às nações a viver.
Nasci num lar evangélico. Desde criança me levaram à escola dominical e às reuniões. Em nosso bairro havia uma paróquia católica que tinha um grande campo onde se realizavam campeonatos de futebol. Eu pertencia a uma das equipes do bairro. E para que nos permitissem jogar, devíamos ir à missa no domingo. Lembro que nesse tempo (eu tinha uns 9 ou 10 anos)a primeira missa do domingo era às seis da manhã, e o templo se enchia até a metade. A segunda era às sete, e já havia um pouco mais de gente. A partir das oito e até meio dia havia missa a cada meia hora, e em cada missa o templo estava repleto. Desde as seis da tarde havia missa a cada hora até às dez da noite. Nesses anos (1950) a Igreja Católica tinha o povo argentino praticamente em suas mãos, mas lamentavelmente só lhe deu liturgias e sacramentos, mas não lhe ensinou a viver.
Quando eu tinha 15 anos me converti a Cristo, e ele mudou minha vida. Aos 24 anos me tornei pastor de uma congregação e com um grupo de jovens iniciamos evangelizando um bairro populoso da cidade de Buenos Aires. Eu havia estudado quatro anos num seminário, e quando me tornei pastor segui o costume dos demais pastores. Nunca me ocorreu que minha responsabilidade era ensinar às pessoas a viver. Assim lhes ensinava acerca da oração, do céu, da segunda vinda de Cristo, do Salmo 23. Dava-lhes devocionais, mensagens sobre a justificação pela fé, sobre a redenção e outros bons temas similares. No entanto, quando saíamos da reunião, o que haviam escutado no sermão não lhes servia para sua vida cotidiana. Não me havia ocorrido que  minha responsabilidade era ensiná-los  acerca do casamento, da criação dos filhos, do sexo. Do sexo? A igreja era demasiadamente santa como para falar desse tema! Ou da administração do dinheiro. Dinheiro? Não, havia temas mais espirituais: o céu, a segunda vinda de Cristo, a salvação. Todos esses temas eram bons e necessários, mas as pessoas necessitavam aprender a viver segundo a vontade de Deus. No entanto, nem aos pastores evangélicos nem aos sacerdotes católicos lhes havia ocorrido que nossa responsabilidade era ensinar as pessoas a viver.
Até que Deus nos visitou. No ano de 1967 houve um derramamento do Espírito Santo em Buenos Aires que se estendeu a muitos outros lugares e países do mundo. Deus nos batizou com seu Espírito e aprendemos a falar em línguas, a louvar e adorar, entre outras coisas. E nos parecia que agora estávamos bem porque nos encontrávamos em meio a uma forte experiência espiritual. Assim, no primeiro ano pensávamos que isso era tudo. Porém, no ano seguinte Deus abriu nossos olhos. Os anos de 1968, 1969 e 1970 foram de intensa revelação, como se de repente nos tivessem tirado um véu. E começamos a entender o reino de Deus e sua vontade. Ali aprendemos que devíamos ensinar as pessoas a viver segundo a vontade de Deus. Percebemos que devíamos ensiná-los tudo concernente à vida cotidiana.
O Senhor, ao nos revelar o evangelho do reino, o senhorio de Cristo e o discipulado, nos fez entender que ao nos dedicarmos a fazer discípulos devíamos não só batizá-los, mas também ensiná-los a guardar todas as coisas que Jesus ensinou. Era como aterrissar o Senhorio de Cristo na vida prática, no terrenal e cotidiano.
O Senhor mudou nossa visão ministerial. Entendemos que nossa tarefa principal como pastores era o discipulado. A condição para poder aprender é ser discípulo. Um discípulo é alguém que se deixa ensinar, é manso como uma criança. Usemos um exemplo: um discípulo conta a seu discipulador um conflito que tem tido com sua esposa; e seu discipulador lhe diz: “Segundo o que acaba de me contar, você ofendeu sua esposa. Então, agora ao voltar pra sua casa, se aproxime dela e lhe peça perdão” O que deve fazer o discípulo? Obedecer. no entanto, quem não é discípulo começará a argumentar: “Por que tenho que lhe pedir perdão? Ela me trata mal todos os dias”. Quem tem tal atitude não é um discípulo. Necessita se converter. Aceitou Jesus como seu Salvador, mas não como seu Senhor.
Durante muitos anos pregamos um evangelho incompleto: “Se você quer ser salvo… aceite Jesus como seu Salvador”. Todavia, a Bíblia diz: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” (Romanos 10.9).
Para sermos salvos devemos reconhecer a Cristo como Senhor. Trata-se de uma verdade muito clara que define nossa vida. Quando alguém que vivia como queria se converte reconhecendo a Jesus como seu Senhor, tem esta nova atitude: “A partir de agora quem manda em minha vida é Jesus. Agora sou seu discípulo. Antes vivia como queria, mas de agora em diante ele é meu Senhor, meu dono, minha autoridade absoluta. O que ele me disser, isso farei. Se me diz: ‘Ame os seus inimigos’, os amarei. Se me diz: ‘Peça perdão a sua esposa’, pedirei. Se me diz: ‘Obedeça aos seus pais’, obedecerei’. Sou um discípulo, estou aprendendo a viver segundo Sua vontade”. Esse é o ponto de partida para aprender a viver.
Jorge Himitian
(
Extraído da pagina do autor no Facebook.
Texto publicado originalmente em espanhol).