"Cristãos na teoria nem sempre são
discípulos na prática"



terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Vivendo plenamente o amor!


"Ó coríntios, a nossa boca está aberta para vós, o nosso coração está dilatado. Não estais estreitados em nós; mas estais estreitados nos vossos próprios afetos. Ora, em recompensa disto, (falo como a filhos) dilatai-vos também vós." (2 Coríntios 6.11-13). Paulo nos ensina neste texto a importância do amor para enfrentarmos as dificuldades da vida cristã. Estamos vivendo em meio a muitas situações difíceis, muitas coisas estão acontecendo no mundo, no Brasil, em nossa cidade e estas situações influenciam em muito, nossas atitudes. E por mais que lutemos, essas situações abalam nossa forma de demonstrar o amor de Cristo. As mas influencias destes dias acaba abalando nossos relacionamentos.
Mais do que nunca estamos vivendo dias onde precisamos demonstrar o verdadeiro amor a uma sociedade tão corrompida de valores e carente do amor que temos para compartilhar. Como disse, Paulo, esta nos ensinando a importância do amor para enfrentarmos este mal de nossos dias.
O AMOR PRECISA SER CONFESSADO
“Para vós outros ó coríntios, abrem-se os nossos lábios...” (2Co 6.11)
Paulo nos exorta a declarar o amor de Cristo para as pessoas. O amor precisa ser declarado e não apenas sentido, as pessoas no mundo tem buscado desesperadamente sentir o amor, porém, o amor é uma ação e uma atitude, mais do que apenas um sentimento.   
Paulo está nos mostrando que o amor não pode ser fingido (vs. 6), pois o amor de Cristo não pode ser vencido pelo mal. É o amor que não paga o mal com o mal, mas vence o mal com o bem. Sem amor, nossas palavras, por mais eloquentes que sejam, produzem um som confuso e incerto. Sem amor, mesmo que ostentando os dons mais excelentes como profecia, conhecimento e fé nada seremos. Sem amor nossas ofertas podem ser egoístas, visando apenas o nosso engrandecimento em vez de promover a glória de Deus e o bem do próximo. Sem amor nossos gestos mais extremos de abnegação, como o próprio martírio de nada nos aproveitará.  
Precisamos aprender que o amor de Cristo é o oxigênio do Reino de Deus. Juan Carlos Ortiz diz que o amor é o sistema circulatório do Corpo de Cristo. O cristão é conhecido não apenas pela sua teologia, mas sobretudo pelo seu amor, que é confessado em sua vida. O amor, a essência da vida cristã. O amor é a prova da maturidade cristã. Paulo sempre destacava as três virtudes cardeais do cristianismo: a fé, a esperança e o amor, mas o amor é o maior destes.
O AMOR DEVE SER DEMONSTRADO
“...e alarga-se o nosso coração. Não tendes limites em nós, mas estais limitados em vossos próprios afetos” (2Co 6.11-12).
Não podemos apenas falar do amor de Cristo, precisamos alargar o nosso coração para que esse amor tão divino seja demonstrado em afetos para aqueles que estamos pregando. O amor de Cristo não era apenas por palavras, mas era demonstrado com profundidade.
Temos aprendido a represar o amor e sem perceber deixamos de demonstrar as pessoas o amor de Cristo. Por ficarmos influenciados por acontecimentos e notícias, vamos esfriando no amor e não demonstramos mais afetos.
Um comentarista cristão do século 18, disse que as restrições de afetos dos coríntios mostravam uma falta de amor e um espírito crítico muito cruel no meio deles. Eles chegaram a criticar a pregação de Paulo e sua forma de agir no meio deles. A integridade do evangelho estava sendo atacada, pois eles queriam misturar a forma de viver dos ímpios e suas filosofias humanistas com a pureza do evangelho. Eles estavam querendo viver um evangelho dividido e misturado com a sabedoria humana.  E estamos vivendo essa mesma tendência em nossos dias, a tendência de querer o evangelho e alguma coisa a mais. A tendência de rejeitar a simplicidade e a pureza do evangelho.   
Enquanto Paulo nos mostra que nosso amor pelas almas precisa ser demonstrado, corremos o risco de ficarmos como os coríntios e esfriarmos em nossos afetos. A palavra que Paulo usa para demonstrar o real sentido de afetos, refere-se propriamente aos nossos principais órgãos internos e é usada para descrever a sede de nossas emoções mais profundas.
A evidência maior de que somos discípulos de Cristo não é nosso conhecimento nem mesmo os nossos dons, mas o amor. Jesus é categórico neste ponto: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros”. O amor é a prova dos nove, o sinal mais visível, a marca mais distintiva, a evidência mais eloquente de que somos seguidores de Jesus. Aquele que não ama nunca viu a Deus, pois Deus é amor. Aquele que não ama ainda está nas trevas. Não somos salvos pelo amor, e sim pela graça; mas evidenciamos nossa salvação pelo amor. O amor não é causa da nossa salvação, mas sua evidência irrefutável. O amor não é apenas um apêndice da vida cristã, mas sua própria essência. Não é apenas um dentre tantos argumentos que evidenciam nosso discipulado, mas o argumento final, o argumento irresistível.  
O AMOR DEVE SER RETRIBUIDO
“ora como justa retribuição (falo-vos como a filhos), dilatai-vos também comigo” (2Co 6.13).
Precisamos estar preparados a dar e receber amor. Aqueles que recebem amor devem retribuir amor. Paulo nos ensina que precisamos encher o nosso coração com amor para compartilhar com todos!  O mundo está olhando para a igreja. É impossível deixar de vê-la uma vez que ela é como uma cidade no alto de um monte. Se o amor for a marca distintiva que nos caracteriza como cristãos, isso produzirá impacto nas pessoas. Se o amor for apenas um discurso vazio, uma caricatura desta suprema virtude, então, seremos causa de tropeço para aqueles que olham para nós. É tempo de sondarmos o nosso próprio coração e examinarmos a nossa própria vida, a fim de saber, se de fato, estamos sendo conhecidos pelo critério do amor verdadeiro, como discípulos daquele que nos amou e a si mesmo se entregou por nós. O que a percepção humana não pode alcançar (com os olhos, com os ouvidos e com nossos sentimentos) o amor de Deus que nos é revelado pelo Espírito Santo.  Deus tem preparado coisas maravilhosas para que possamos compartilhar e essa sabedoria só pode ser compartilhada através do amor de Deus e não por atitudes humanas.
Concluindo, Paulo nos mostra que somos o campo onde Deus semeia seu amor! Cristo comparou o coração humano a um terreno onde a semente da palavra é semeada (Mateus 13.10, 18-23). O Senhor nos vê como um campo de deve produzir frutos para Deus. Que nosso coração possa ser alargado e nossos lábios possam estar sempre abertos para levar vidas para Cristo.