"Cristãos na teoria nem sempre são
discípulos na prática"



quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A vida eterna!



Existem diversas maneiras de enxergar a vida. Ao olhar para um copo com água até a sua metade podemos dizer que ele está meio vazio ou que está meio cheio. A primeira opinião dizemos ser de uma pessoa pessimista e, a segunda, de uma pessoa otimista. Não devemos ter nenhuma das duas opiniões, pois ambas refletem visões humanas. Poderíamos também afirmar que este copo contém 90 ml de água. Para isso eu preciso ter uma medida de referência, quanto de água cabe no copo. A isso chamamos de opinião realista. A vida é assim: nós a enxergamos conforme a aparência. O Senhor já disse isso a Samuel: "O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração." (1 Samuel 16.7a).
O fato é nós vemos os fatos segundo aquilo que está diante dos nossos olhos. Por exemplo, podemos chegar a uma reunião da Congregação, olhar as pessoas e pensar: "De novo estou aqui, de novo terei reunião com essas pessoas. De algumas eu gosto, de outras eu não gosto muito. Vou me sentar perto daquelas de que gosto e me afastar daquelas que não tenho muita atração". Essa é uma maneira de ver as pessoas. Entretanto, a Palavra de Deus diz que devemos ver as pessoas não segundo a carne, mas segundo Cristo (2 Coríntios 5.16). O fato é que a nossa vida é determinada pela visão que temos das coisas e das pessoas. Podemos vê-las segundo as aparências ou segundo o que Deus mostra e o nome que damos a isso é "Visão Profética" (ver com os olhos de Deus). Visão Profética não é ter uma clareza de como as coisas vão acontecer nos últimos dias (isso se chama Escatologia), mas é enxergar as coisas de onde Deus está vendo e como Deus está vendo. Isso é possível porque Ele nos colocou assentados em um lugar alto e, desse lugar, é que devemos enxergar (Efésios 2.6). Um exemplo: Quando converso com pastores falando acerca da unidade da igreja sempre lhes digo que "quem viaja de avião não vê cercas". Estas somente são vistas por quem está lá embaixo. Quem está no avião vê um só rebanho. Ou seja, a visão que temos pode influenciar e/ou interferir no nosso dia a dia. Outro exemplo: Podemos chegar na reunião e dizer: "Mais um culto... Eu vou para 'cumprir tabela', pois meus discipuladores são chatos e não gosto de ficar prestando contas." Então "batemos o ponto", o que eu chamo de "culto de corpo presente". Jesus falou de pessoas que O louvam com os lábios, mas cujo coração está longe d’Ele (Mateus 15.8). Ainda em relação ao copo com água, sabemos sua real capacidade porque temos uma medida que nos foi dada como referência. Da mesma forma, para vermos as coisas de Deus precisamos de uma referência externa a nós, ver segundo o próprio Deus vê.
O problema é que podemos enxergar as situações influenciados por várias coisas. Primeiro, pela nossa cultura. Por exemplo, em Moçambique muitos homens são casados com várias mulheres - é a cultura deles – e isso não lhes fere a consciência. Assim, a cultura interfere na visão, no comportamento, na maneira de ser. Segundo, o nosso momento. Podemos estar passando por uma situação muito complicada e enxergar as coisas de forma negativa – "ninguém me ama; ninguém me quer; ninguém busca a Deus; é provável que não dê certo". Ou então, se o momento estiver bom, veremos tudo de forma positiva. Depende do ânimo que tivermos do momento. Terceiro, podemos ver as coisas segundo a nossa história. Essa é muito mais séria do que podemos perceber. Assim, a visão que temos das coisas e das pessoas é que determina a nossa vida diária, as nossas buscas, paixões, anseios e relacionamentos. Desta forma, precisamos cuidar da nossa visão. Foi isso que aconteceu, por exemplo, no Jardim do Éden:
"E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e desejável para dar entendimento" (Gênesis 3.6).
O que é, então, a vida eterna?
João 6.44: "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia."
João 6.47: "Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna."
João 6.51: "Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo."
João 6.54: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia."
Vemos por esses textos que a vida eterna vem antes da ressurreição. Não considerando que um seja mais importante que o outro, eu achei cinco conceitos de vida eterna nas Escrituras:
1. Conhecimento de Deus.
João 17.1-3: "Jesus falou assim e, levantando seus olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti; assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste. E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste."
Nossa cultura, infelizmente, foi muito influenciada pela cultura grega que descreve conhecimento como "acúmulo de informações". Entretanto, o conhecer a Deus está relacionado à revelação que temos d’Ele baseados em uma vida de relacionamento e intimidade com Ele. Podemos ter muita informação acerca de Deus, mas só podemos conhecê-Lo por meio de uma relação profunda com Ele. Os escribas e fariseus conheciam as Escrituras como ninguém, mas rejeitaram e negaram o Senhor Jesus. Conhecer a Deus é uma questão de coração e não de cabeça.
Mateus 11.27: "...ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar." Oséias 6.3a: "Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor;" Será que conhecemos realmente a Deus? Que possamos entrar em 2014 com essa tremenda dúvida e busca em nossos corações, uma imensa sede de conhecer ao Senhor e não descansar naquilo que simplesmente sabemos ou aprendemos acerca d’Ele. Um amigo meu diz que "no dia que descrevermos a Deus, fujamos disso, pois acabamos de criar um ídolo." É impossível descrever a Deus. Em termos de brincadeira eu digo que só conseguiremos descrever Deus quando uma ameba, no microscópio, descrever seu pesquisador olhando de baixo para cima.
2. Lugar.
Mateus 25.41,46: "Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; (...) E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna."
Vida eterna, nesses textos, está relacionada a um lugar aonde as pessoas irão após a morte. Deus não fez o fogo eterno para os homens, mas estes, virando as costas para Ele, irão para esse lugar indevido. Muitos textos nas Escrituras trazem esta ideia de vida eterna como um lugar, seja da presença ou da ausência de Deus.
3. Tempo.
1 Coríntios 2.7: "Mas falamos a sabedoria de Deus, outrora oculta em mistério, a qual Deus preordenou antes dos séculos para nossa glória;"
2 Coríntios 4.7: "Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória muito mais excelente;"
Nossa cabeça é limitada para entender a questão de tempo e eternidade. Às vezes achamos que as lutas que estamos enfrentando são muito pesadas e nunca irão terminar. Mas a comparação que devemos fazer dessas lutas que a Palavra chama de "leves e momentâneas" é com o "peso eterno de glória" que nos está preparado por Deus.
4. Libertação do poder da morte.
João 11.25,26: "Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá."
Deus já nos deu a vida eterna. A implicação disso é que todos morreremos, mas temos dentro de nós um poder explosivo incalculável que irá destruir a morte e nos levantar da sepultura, porque a vida é maior que a morte. Paulo vivia o tempo todo pelo poder da ressurreição, ele experimentava a ressurreição.
1 Coríntios 15.51-55: "Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?"
Eclesiastes 3.11: "Tudo que ele fez é apropriado ao seu tempo. Também colocou a eternidade no coração do homem; mesmo assim, ele jamais chega a compreender inteiramente o que Deus fez."
Às vezes vemos pessoas ligadas à medicina lutando para salvar seus pacientes das doenças e da morte. Alguns cientistas, inclusive, criaram a "criogenia" que é um método de congelar o corpo de uma pessoa que morre com nitrogênio a muito baixa temperatura, até que seja descoberta a cura da doença que motivou sua morte e seu corpo pudesse, então, ser descongelado e voltar à vida. Isso é resultado do que diz o texto: Deus colocou a eternidade no coração dos homens, os fez para viver eternamente. Podemos, sim, orar para que Deus dê sabedoria aos cientistas para descobrirem a cura do câncer e de outras doenças, pois todo tesouro da ciência e da sabedoria estão em Deus e não é justo que as pessoas adoeçam. Entretanto, Jesus já trouxe a solução para a morte e para a eternidade. A morte foi vencida em Cristo e, ainda que sejamos sepultados, será apenas uma questão de tempo. A vida de Cristo nos levantará da sepultura, seremos transformados, receberemos um corpo incorruptível e estaremos para sempre na presença do Senhor.
5. Estilo de vida.
1 Crônicas 12.32: "Do povo de Issacar, duzentos de seus chefes, conhecedores dos tempos, para saberem o que Israel devia fazer, e todos os seus parentes sob suas ordens."
Eternidade como estilo de vida é vivermos cada momento da vida de forma eterna. É perceber a eternidade em tudo o que fazemos, é entender que tudo o que fazemos pode influenciar para a eternidade, é deixar de olhar para as coisas naturais como se fossem eternas. Nossa cultura ensina que algo concreto é aquilo que podemos ver, tocar, sentir. Entretanto, a Palavra diz que:
"...não fixamos o olhar nas coisas visíveis, mas naquelas que não se veem; pois as visíveis são temporárias, ao passo que as que não se veem são eternas" (2 Co 4.18). Assim, as coisas eternas é que são verdadeiramente concretas. Por causa dessa cultura equivocada passamos a vida toda correndo atrás de coisas que podemos tocar, coisas que têm valor em si mesmas, mas não têm valor eterno. Mas Cristo decretou a eternidade para nós e não para as coisas. Todas as coisas materiais estão envelhecendo e apodrecendo. Então, as coisas pelas quais lutamos não devem ser as visíveis, deste mundo, mas as espirituais, eternas.
1 Pedro 1.3,4: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos regenerou para uma viva esperança, segundo a sua grande misericórdia, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança que não perece, não se contamina nem se altera, reservada nos céus para vós..."
Vida eterna é trabalhar não pelo pão que perece, mas pelo pão que nos traz vida (João 6.33). É ter uma visão das coisas como Deus vê. Se pudéssemos enxergar a nossa vida pela ótica de Deus, filmada por Ele, veríamos como ela passa rapidamente. 1 Pedro 1.24: "Porque Toda a carne é como a erva, E toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor;"
Se a vida é assim, será que deveríamos empregar quase todo o nosso tempo, esforço e trabalho nesse tão curto tempo que viveremos aqui? Não estou dizendo que devemos nos isolar de tudo e de todos, não fazer mais nada e apenas ficar esperando a volta de Jesus. Estou dizendo como Paulo ensinou:
1 Coríntios 7.29-31: " Isto, porém, vos digo, irmãos: o tempo se abrevia; o que resta é que não só os casados sejam como se o não fossem; mas também os que choram, como se não chorassem; e os que se alegram, como se não se alegrassem; e os que compram, como se nada possuíssem; e os que se utilizam do mundo, como se dele não usassem; porque a aparência deste mundo passa."
Ou seja, viver não dependendo ou não colocando o coração nessas coisas, mas usando-as para a glória do Senhor.
Salmos 121.1,2: "Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra". Às vezes olhamos para o carro, a casa, o diploma, o dinheiro como se eles fossem os montes. Mas nosso socorro não vem dessas coisas, vem do Senhor. Não podemos esperar nessas coisas, pois elas estão apodrecendo. Trabalhemos, sim, mas para a eternidade.
Lucas 16.1-12: "Disse Jesus também aos discípulos: Havia um homem rico que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como quem estava a defraudar os seus bens. Então, mandando-o chamar, lhe disse: Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, porque já não podes mais continuar nela. Disse o administrador consigo mesmo: Que farei, pois o meu senhor me tira a administração? Trabalhar na terra não posso; também de mendigar tenho vergonha. Eu sei o que farei, para que, quando for demitido da administração, me recebam em suas casas. Tendo chamado cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu patrão? Respondeu ele: Cem cados de azeite. Então, disse: Toma a tua conta, assenta-te depressa e escreve cinquenta. Depois, perguntou a outro: Tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta. E elogiou o senhor o administrador infiel porque se houvera atiladamente, porque os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz. E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos. Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito. Se, pois, não vos tornastes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza? Se não vos tornastes fiéis na aplicação do alheio, quem vos dará o que é vosso?"
O que esse homem queria é que as pessoas pagassem ao seu senhor apenas metade do que deviam e que a outra metade ficasse com ele. A Bíblia diz que aquele senhor louvou esse homem porque ele foi previdente. Jesus quer nos ensinar que todo patrimônio, toda riqueza que cai em nossas mãos deve ser usada para levar pessoas para o reino dos céus. Um dia as riquezas irão acabar, mas os amigos irão nos receber nos tabernáculos eternos. Todas as riquezas que existem, todo o dinheiro que circula na terra está contaminado, são de origem iníqua. Assim, todo o dinheiro que chegar em nossas mãos devemos consagrar ao Senhor para que se torne santo, puro, usando-o com uma visão eterna das coisas. Um ser eterno trabalha eternamente, tem aspirações, coração e alvos eternos porque esta é a sua natureza. Não somos carnais, não somos deste mundo, não nascemos para viver para sempre plantados na terra. Somos, sim, seres espirituais. Nosso Deus é eterno, nossa vida é eterna; então, nosso coração e visão também devem ser eternos.
Lucas 2.25-32: "Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, foi ao templo; e, quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel."
A primeira característica que vemos em Simeão é que ele esperava a consolação de Israel e sua vida era vivida para isso. Nosso estilo de vida demonstra que esperamos a volta de Jesus? No livro de Êxodo lemos que os hebreus celebraram a Páscoa vestidos e em pé pois estavam de saída. A Páscoa fala dessa brevidade de tempo que temos na terra e, então, vivemos cingidos, vestidos, prontos para sair. Outra característica de Simeão é que o Espírito Santo estava sobre ele. Posso afirmar ousadamente que todos os que aguardam a consolação do Senhor têm sobre si o Espírito Santo pois é Ele quem provoca essa expectativa nas pessoas.
Houve um maravilhoso sincronismo divino naquela situação. Simeão esperava o Salvador por muitos anos e exatamente naquele dia e hora o Espírito Santo o mandou ir para o Templo, pois José, Maria e Jesus lá estavam chegando. Ele tinha a eternidade em seu coração, entendeu o momento de Deus e foi para o Templo, encontrando-se com Aquele que esperava por toda a sua vida. "Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação." Essa foi a plenitude dos tempos se cumprindo na vida de Simeão. Quem está esperando encontra a plenitude, o kairós de Deus, os momentos que Deus produz.
Lucas 2.36-38: "Havia uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, avançada em dias, que vivera com seu marido sete anos desde que se casara e que era viúva de oitenta e quatro anos. Esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações. E, chegando naquela hora, dava graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém."
Ana, da mesma forma, chegou ao Templo exatamente na mesma hora que a família de Jesus chegou. Aquela era a sua hora, o seu momento, o seu kairós - a eternidade toda estava se manifestando naquele exato momento da sua vida. Esse conceito de eternidade muda a nossa história, muda o nosso estilo de vida, muda a visão que temos das coisas e nos faz olhar para o alto, esperando sempre no Senhor, usando todas as coisas para o Senhor, relacionando com as pessoas para glorificar o Senhor. Tudo nesse mundo só existe para um propósito: que o Senhor seja glorificado e que pessoas conheçam a Ele.
Que 2014 seja um tempo eterno em nossas vidas, um ano diferente dos que temos vivido até aqui. Não mais correndo atrás de coisas que passam, não mais colocando o coração nas coisas terrenas, tendo como se não tivéssemos, usando tudo para a glória do Senhor. Que Deus encha os nossos corações dessa profunda expectativa da vinda do Senhor Jesus Cristo!
Jamê Nobre


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Pedir perdão é o clamor dos clamores!


Quando Davi foi obrigado a fugir de Jerusalém por ter sido derrubado do trono pelo próprio filho, certo parente de Saul, chamado Simei, aproveitou-se da ocasião e começou a chamar o rei de criminoso, a amaldiçoá-lo e a jogar pedras e terra sobre ele. A guarda pessoal não obteve permissão de Davi para cortar a cabeça de Simei (2Sm 16.5-14). Poucos dias depois, a revolução fracassou e Davi voltou vitorioso para Jerusalém. Simei, então, foi ao encontro do rei para pedir-lhe perdão: “Ó rei, eu peço que perdoe o mal que lhe fiz no dia em que o senhor saiu de Jerusalém. Esqueça o que eu fiz; nunca mais pense nisso. Eu sei que fiz uma coisa errada e é por isso que sou a primeira pessoa das tribos do Norte a vir encontrá-lo hoje” (2Sm 19.16-23).

Esse pedido de perdão é bem-feito e serve de modelo para todos que dele precisam. Além de confessar humildemente o seu pecado, Simei pediu o perdão que só o Senhor costuma dar. Quando perdoa, Deus não se lembra mais das nossas faltas nem pensa mais nelas. Ele tem compaixão de nós e lança os nossos pecados no fundo do mar (Mq 7.19). Pedir perdão a Deus vale mais do que suplicar alívio para o sofrimento, cura para a doença e prosperidade material. O clamor dos clamores é pedir perdão. Depois de ter sujado o seu nome e o nome de Deus, adulterando com Bate-Seba e matando o marido dela, Davi correu atrás do perdão e o obteve. Ele mesmo conta como resolveu o seu problema de culpa com Deus:

“Enquanto não te confessei o meu pecado, eu chorava o dia inteiro. Dia e noite, a tua mão pesava sobre mim. Minhas forças foram-se esgotando como a seca faz com um pequeno riacho. O sofrimento continuou até que eu acordei. Então reconheci diante de ti o meu pecado e não encobri mais minhas culpas. Preferi confessar as minhas transgressões... e não é que tu me deste pleno perdão! Como é feliz aquele cujo pecado é perdoado, aquele cuja consciência não o acusa mais, aquele cuja dívida é cancelada, aquele cuja culpa é lançada no fundo do mar, aquele que não tem mais insônia!” (Paráfrase do Salmo 32).

No mundo há 7,2 bilhões de seres humanos pecadores ou potencialmente pecadores, é o caso das crianças. Antes de pecar contra a criação e a criatura, eles pecam contra Deus. Eles estão sempre precisando de perdão. A grosso modo, mesmo depois de convertido e perdoado, o pecador continua pecando e propenso ao pecado. Mas, se confessar o seu pecado, ele volta a obter o perdão de Deus quantas vezes forem necessárias. O pecado repetido leva à confissão repetida e ao perdão repetido. O perdão repetido de Deus é o maior valor que o ser humano pode obter. Vale muito mais do que um negócio bem-sucedido, um carro novo, uma casa no campo e outra na praia. Ao pecar, o pecador assume uma dívida, uma dívida que precisa ser perdoada ou cancelada e não paga, o que é possível apenas pela maravilhosa graça. Na oração do Pai-Nosso, Jesus nos ensina a pedir ao Pai:

“Perdoe as nossas dívidas” (Mt 6.12).

domingo, 12 de janeiro de 2014

Renovando nossa fé


“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário. Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti.” (Salmo 51.1-13). Só poderemos fazer a obra de Deus se tivermos uma fé renovada (com estilo de vida coerente com ela). A composição do Salmo: Davi, após ser confrontado pelo profeta Natã, por causa de seu adultério com Bate-Seba e Urias o Heteu. Temos hoje a necessidade, mais do que nunca, de sermos renovados em nossa fé. Quatro coisas necessárias: Consciência e confissão de pecado (vs. 1-9); Fortalecimento espiritual (vs. 10); Presença constante do Espírito Santo (vs. 11); Alegria da salvação (vs. 12); e, Testemunho aos incrédulos (vs. 13).
1. Consciência e confissão de pecado
      “Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.” (vs. 3). Davi não ficou indiferente diante de seu erro, ao contrario Davi clamou ao Senhor:
· Compaixão divina
· Purificação – pois o pecado deixa sequelas
· Reconheceu seu pecado e pediu que Deus apagasse tudo
· O pecado é um vírus que reproduz (rapidamente).
      Como tem sido nossa reação diante de nossas falhas e pecados?
      Por isso precisamos da renovação, pois ela traz consciência de nossa situação diante de Deus. Existe uma doutrina, fluente em nossos dias, que no final, todos serão salvos. Porem existe um texto que nos leva a refletir sobre isso: Mt 12.31-32 (blasfêmia contra o Espírito Santo).  Nós estamos vivendo como se Deus não fosse julgar nossos pecados (conferir Provérbios 28.13).
      2. Fortalecimento espiritual
      “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito.” (vs. 10-11). Através da oração à É o que Davi está fazendo. É o que Paulo nos ensina em Ef 6.10. Através de uma vida de retidão e pureza.  “Renova dentro de mim...” Através da presença constante e ativa do Espírito Santo em nós (“enchei-vos do Espírito Santo” Ef 5.18). O extraordinário através de nós será obra do Espírito Santo.
      3. Alegria da salvação
      “Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário.” (vs. 12). “Restitui-me...” Nós perdemos isso! Espírito voluntário é resultado de alegria. Alegria aqui é diferente de prazer. O prazer vem dos sentidos do corpo. A alegria procede de um coração transformado pelo Espírito Santo: Atos 2.25-26: “Porque a respeito dele diz Davi: Diante de mim via sempre o Senhor, porque está à minha direita, para que eu não seja abalado. Por isso, se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; além disto, também a minha própria carne repousará em esperança.” Atos 2.46: “Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração.” Atos 13.52: “Os discípulos, porém, transbordavam de alegria e do Espírito Santo.” à (Mesmo em meio a angustia e perseguição).   
      4. Testemunho aos incrédulos
      “Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti.” (vs. 13). Demonstrando assim o resultado de uma vida transformada por Cristo. Vamos falar de nossa fé, de nossas experiências. E as pessoas verão isso através de nossos atos e ações.
      Concluindo, a um apelo à renovação espiritual. Para isso precisamos tomar algumas atitudes:
· Consciência do pecado e confissão;
· Fortalecimento espiritual;
· Alegria da salvação;
· Testemunho
      Queremos isso? Essas são coisas simples!