"Cristãos na teoria nem sempre são
discípulos na prática"



quarta-feira, 24 de julho de 2013

Liberando as pessoas para Deus


“Agora, pois, temei ao SENHOR e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao SENHOR. Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.” (Js 24.14-15).
Deus nos criou com livre arbítrio para escolher o caminho que queremos andar. Precisamos aprender o segredo de liberar as pessoas para fazerem escolha. Se tiverem um espírito reto, Deus as guiará sejam quais forem às circunstâncias e mesmo através delas. Liberar significa deixar fluir, desatar, soltar, dispensar, dar livre curso à alguma coisa. Não existe coerção, isto é: Força persuasiva natural. Na exortação de Paulo em Rm 12.1-2, os irmãos deviam compreender as misericórdias de Deus e por isso, apresentar voluntariamente seus corpos para adoração e serviço. Seguem algumas áreas que se fazem necessárias a liberação:  
I– LIBERANDO AS PESSOAS NO EXERCÍCIO DA AUTORIDADE
Isto pode acontecer na forma positiva quando lidamos com as forças espirituais que escravizam o homem (Cf. At 26.17-18 e Lc 4.18), como também na forma negativa, para deixar as pessoas sob a disciplina de Deus (Cf. 1ª Co 5.1-5). É este segundo aspecto que queremos enfatizar tomando, por exemplo, a experiência de Samuel, que se encontra registrada em 1ª Sm 8.1-8. Samuel era a voz profética de Deus para a nação de Israel (Cf. 1ª Sm 3.19- 21) e, através da palavra profética Deus queria reinar sobre o seu povo. Por isso, não agradou a Samuel o desejo daquele povo de ter um rei conforme as nações (Cf. 1ª Sm 8.5). Não obstante, Deus ordenou a Samuel que atendesse ao povo, que ao rejeitá-lo estavam rejeitando o próprio Deus (Cf. 1ª Sm 8.7). A causa era ser aquele povo cativo pela idolatria de seus pais. Neste caso podemos perceber que a autoridade de Deus em amor tinha por objetivo libertar aquele povo de um principio de idolatria recebida por herança que os incapacitava a ouvir a voz de Deus através de Samuel (1ª Sm 8.8). Precisavam de aprendizado pela experiência negativa de sua escolha.  Samuel obedeceu a Deus e liberou o povo. Não foi uma atitude de condenação, mas de amor que confia no processo restaurador de Deus (Cf. 1ª Sm 12.20-25). Através de Saul, que o Senhor apresentava como homem que haveria de “dominar”, no hebraico “açar” que significa “prevalecer”, “oprimir”, Deus estaria dando ao povo a oportunidade de experimentar sua própria escolha (Cf. 1ª Sm 9.17). Mais tarde, Ele escolheu Davi, um homem segundo o Seu coração, que haveria de entronizá-lo como Rei de Israel. 
II– LIBERANDO AS PESSOAS NO EXERCÍCIO DA INTERCESSÃO
Também neste caso podemos fazê-lo positivamente. (Cf. Is 59.16 e Ez 22.30); como negativamente, até contra a vontade revelada por Deus (Cf. 1ª Jo 5.16). Liberar neste caso, é dar livre curso a ação quer libertadora, quer punitiva de Deus.
A motivação interior correta se faz necessária neste caso. Quando Deus intentou destruir Israel, Moisés intercedeu pelo povo (Cf. Ex 32.10-11). Sua atitude, porém revelou a motivação do seu coração:
· Estava preocupado com o nome de Deus (Ex 32.12);
· Tinha um coração de aliança (Ex 32.13) e, 
· Amava realmente o povo de Israel (Ex 32.31-32).
    A motivação incorreta nesta área é extremamente perigosa. Não podemos utilizar a intercessão para fazer pressão sobre o livre arbítrio das pessoas. Forças espirituais trabalham e operam nesta área e pessoas que vão assim para igreja são difíceis de serem tratadas depois. Não foram motivadas por um espírito que tome o nome, a aliança e o amor de Deus (Sl 1.4-5; Pv 18.1-2; Pv 15.10; Rm 16.17-18; 1ª Co 5.11; Tt 3.10; 1ª Jo 1.19), mostra esse tipo de pessoa. Jesus deixou claro que segui-Lo é uma decisão do coração rendido ao Seu senhorio (Cf. Mt 16.24). 
    III—LIBERANDO AS PESSOAS NO EXERCÍCIO DA DISCIPLINA
   Neste caso, podemos impedir a disciplina de Deus através de manter ou agir com espírito de vingança. Pv 1.10, diz que Deus disciplina rigorosamente os que deixam o caminho. Devemos permiti-Lo que o faça, pois a Sua intenção é restauradora.
     1. Exemplos na Bíblia:
· Davi preferiu ficar nas mãos de Deus depois de pecar contra o Senhor levantando um censo em Israel (Cf. 1ª Cr 21.1,7-13);
· No caso de Incesto na Igreja de Corinto, o transgressor foi entregue a Satanás para ser depois restaurado (Cf. 1ª Co 5.1-5 e 2ª Co 2.5-11).
· Jó foi entregue por Deus nas mãos de Satanás e sua experiência e vitória levou a um novo nível de relacionamento com Deus (Jó 1.12; 2.6; 42.1-6).
      2. Não guardando a ira
     No texto de Rm 12.19, Deus nos ordena a “dar lugar à ira”. Isto significa deixar Deus disciplinar, não exercer vingança ou ter espírito de condenação. Quando vingamos, não liberamos as pessoas para o juízo de Deus (Cf. 1ª Pe 5.23). Às vezes precisamos deixar uma pessoa sofrer, para deixar livre a operação da lei de sementeira e colheita (Cf. Gl 6.7-8). 
     IV- LIBERANDO AS PESSOAS NO EXERCÍCIO DO PERDÃO
   Como cristãos temos um chamado de promover a reconciliação. Ter um espírito perdoador é uma característica fundamental ao mensageiro da nova aliança (Cf. 2ª Co 5.18-20). No texto de Mateus 9, Jesus cura um paralítico perdoando-lhe os pecados (Mt 9.6). As multidões se maravilharam e Jesus diz que esta autoridade foi concedida aos homens (Mt 9.8). Em João 20.22-23, que fala da grande comissão do ponto de vista joanino, diz que os discípulos tinham autoridade para perdoar e reter os pecados. Ao perdoar, liberamos as pessoas, ao reter o perdão, condenamos as pessoas.  Isto pode ocorrer indevidamente, quando ministramos perdão sem arrependimento do ofensor, ou não perdoamos as pessoas no íntimo. Forças espirituais atuam nesta área e bloqueiam a expressão do perdão e amor divinos (Cf. 2ª Co 2.5-11).
   Ainda na relação entre irmãos Efésios 4.32, diz que devemos perdoar-nos uns aos outros, assim também como Deus em Cristo nos perdoou. Sabemos que através do perdão fomos libertos das garras de satanás e reconciliados com Deus. No texto de Isaías 58.6, a expressão “solte as ligaduras da impiedade”, significa soltar alguém preso a nós. Quando criticamos, julgamos, falamos mal do irmão estamos exercendo o papel de juiz e amarando o progresso espiritual nosso e de nosso irmão, porque o Espírito da Aliança não pode fluir livremente.
   Concluindo, liberar as pessoa para Deus, portanto, significa não manipulá-las, não exercer pressão psicológica, não agir em benefício próprio, porém dar livre curso, sendo um instrumento, um canal para a ação de Deus.  

domingo, 21 de julho de 2013

Lamento e dor!


Estive em um velório nesta sexta-feira e logo na entrada do cemitério algo me chamou a atenção, o estacionamento estava completamente tomado por carros e uma longa fila de espera por uma vaga. Ao entrar no velório, havia uma disputa por espaço entre pessoas e coroas de flores, algo inusitado para um local de choro e lamento. Mas o ambiente era realmente de choro e lamento. Um marido perdeu a ajudadora, uma filha perdeu sua mãe, pais perderam a filha para o câncer. E neste momento o Espírito Santo começou a falar em meu coração de como é agradável ao Senhor a morte de seus santos (Salmo 116.15). A igreja estava reunida para chorar por uma irmã querida, não é um choro de dor e muito menos um choro de lamento, mas um choro pela separação, pois esta irmã foi promovida aos céus, foi levada para o seio do Pai. É uma benção termos a consciência que até a nossa morte tem um peso de testemunho aos incrédulos. 
Fiquei observando como a igreja reunida toca as pessoas, havia um certo tumulto, o local era pequeno para tanta gente. A igreja estava reunida e não tinha espaço para conversas e falatórios (o que sempre acontece em velórios), o ambiente foi tomado pelos louvores da igreja, pelas orações. A palavra foi compartilhada e aquele local foi tomado por um silencio obsequioso. Amados que cena marcante, o que acontece quando a igreja se reúne, Paulo diz que a igreja transtorna as convenções (Atos 17.6).
Ao voltar a minha casa estava inquieto e comecei a pensar, que momento a igreja tem vivido em nossas cidades. Temos transtornado o ambiente onde testemunhamos a Cristo? Chega de gritos retumbantes, chega de danças, chega de algazarra, chega de foguetadas, chega de balões coloridos, chega de música estridente! De hoje em diante, vou misturar o barulho com o silêncio, a alegria com o choro, as miragens mirabolantes com a contemplação, a súplica com a adoração, as ações de graças com as lamentações, as canções alegres com as canções tristes. Pois a Bíblia diz que há tempo para tudo. Por exemplo, “tempo de ficar triste e tempo de se alegrar” (Eclesiastes 3.4).
A cultura no meio da qual temos vivido nós ensina a abominar a tristeza e a idolatrar a alegria, embora certa tristeza seja mais nobre que certa alegria.
Estou aprendendo a reservar o momento certo das canções alegres e o momento certo das canções tristes com o profeta Ezequiel. É ele mesmo que conta a sua experiência: “O Senhor Deus me mandou cantar uma canção de tristeza a respeito de dois reis de Israel” (Ezequiel 19.1).
O Senhor o mandou cantar uma canção de tristeza e não de alegria por causa do momento histórico pelo
qual passava o povo eleito. A tomada de Jerusalém estava próxima. Faltava pouco tempo para o templo do Senhor ser queimado e profanado. Muito breve as crianças morreriam de fome nas esquinas das ruas ou seriam comidas pelas próprias mães, que perderiam o juízo por causa da fome, e a morte subiria pelas janelas e invadiria os palácios e acabaria com a vida de muita gente (Lamentações 2.19-20; Jeremias 9.21). A canção de tristeza que o profeta cantou dizia respeito a uma leoa que criou dois leõezinhos e os ensinou a caçar. Depois de muitas façanhas, os dois filhotes caíram numa armadilha, foram colocados numa gaiola e conduzidos para o rei da Babilônia. Era uma alegoria que fazia referência aos reis Jeoacaz e Joaquim, que foram levados como prisioneiros respectivamente para o Egito e para a Babilônia. Ezequias viveria o suficiente para assistir à desgraça dos dois leõezinhos, ao cerco e à destruição de Jerusalém no ano 586 antes de Cristo. Não era possível cantar a canção da alegria! Ele e mais algumas pessoas cantariam então a canção da tristeza. O livro de Ezequiel registra: “Esta é uma canção de tristeza que tem sido cantada muitas vezes” (Ezequiel 19.14). Anos depois da tomada de Jerusalém, aqueles que levaram os judeus como cativos para a Babilônia pediam que eles cantassem as suas canções. Mas eles se negaram e disseram: “Mas, em terra estrangeira, como podemos cantar um hino a Deus, o Senhor?” (Salmo 137.4). Ainda não tinha chegado para eles o tal tempo de se alegrar e de dançar. O tempo era de ficar tristes e de chorar. Amados, com a ajuda de Deus precisamos parar de dançar quando a nossa situação, a família, a igreja e a nossa nação esta passando por um momento tão delicado. Precisamos derramar lágrimas quando as coisas vão de mal a pior e quando o abismo está bem à nossa frente! Como seria possível dançar num momento de dor? Como é possível estar indiferente e se alegrar, quando o tempo é de lamento e choro? Lembre-se: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar;  tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria...” (Eclesiastes 3.1-4).

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A formação de discípulos


“Tendo Jesus convocado os doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para efetuarem curas. Também os enviou a pregar o reino de Deus e a curar os enfermos. E disse-lhes: Nada leveis para o caminho: nem bordão, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; nem deveis ter duas túnicas. Na casa em que entrardes, ali permanecei e dali saireis.  E onde quer que não vos receberem, ao sairdes daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés em testemunho contra eles.  Então, saindo, percorriam todas as aldeias, anunciando o evangelho e efetuando curas por toda parte.” (Lucas 9.1-6).

Na formação de seus discípulos, Jesus seguia sempre o mesmo padrão. Ao invés de ensinar-lhes fórmulas para guardarem no cérebro, ele lhes dava tarefas concretas para realizarem. E eles obedeciam. Ele não pregou sermões inspirativos para motivá-los. Ele não precisou fazer isto. Pois, para isso as pessoas precisariam ser ativadas em suas emoções para que pudessem sentir como seria belo poder fazer aquilo que Jesus lhes ordena. Se nós nos colocássemos realmente sob as ordens de Cristo, ele simplesmente diria o que desejava, e não precisaríamos de música suave ao órgão, nem palavras tocantes do púlpito, nós faríamos aquilo que ele nos ordenou. Jesus não disse aos doze e depois as setenta: "Que tal fazermos uma excursão missionária? Talvez possamos realizar uma viagenzinha por nossa região, agora." Não. Ele ordenou e eles foram. Foi assim a formação daqueles discípulos.
Para que haja formação de vidas cristãs, temos que parar de ser oradores e começar a ser pais.
Os pregadores têm apenas ouvintes. Os pais têm filhos. Quando o aprendizado não ocorre pelo ouvir, e sim pelo obedecer. O que acontece ao orador quando acaba de falar? Os ouvintes dizem: "Obrigado, pelas belas palavras." E é tudo. Quando os setenta regressaram a Jesus após terem obedecido seu mandamento, contaram para o Senhor acerca dos demônios que se lhes submetiam. E a réplica de Jesus não foi: "Muito obrigado por terem feito o que eu disse!"
Em vez disso, ele deu outra ordem:
"Alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e, sim, porque os vossos nomes estão arrolados nos céus" (Lc 10.20).
Na ocasião em que Tiago e João quiseram invocar fogo dos céus sobre os samaritanos hostis, a Bíblia diz claramente: "Jesus, porém, voltando-se os repreendeu" (Lc 9.55). Ao agir assim, ele os estava formando. Quando Pedro levantou aquela objeção à ideia da crucificação, Jesus lhe disse: "Arreda! Satanás; tu és para mim pedra de tropeço" (Mt 16.23). Será que podemos imaginar alguém hoje, dizendo isto para uma pessoa que esta evangelizando ou discipulando? Gostemos ou não, a repreensão é parte do processo de formação no discipulado. O Senhor Jesus não nos tem chamado apenas para estarmos com Ele, mas Ele quer nos enviar a anunciar o Seu reino, a curar os enfermos e para expelir demônios. Somos chamados para realizarmos Sua obra em Seu nome, com a autoridade de Seu nome, levando a Sua mensagem como extensão de Sua própria missão. Como Ele diz em Mateus 10.40: “Quem vos recebe a mim me recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”.
A um ponto que gostaria de destacar diante do chamado que temos recebido do Senhor: Quando os discípulos saíram a pregar aos homens, não criaram uma mensagem, mas eles levaram a mensagem do reino. Não levaram aos homens as suas opiniões, mas a verdade de Deus, que cura e liberta. O conteúdo da mensagem focava três áreas distintas:
Eles pregavam arrependimento: O Senhor os enviou com uma mensagem a ser ensinada e eles obedeceram. Pregaram o arrependimento. A mensagem do evangelho começa com o arrependimento. Arrepender-se significa mudar de mente e logo adaptar a ação a essa mudança. O arrependimento não é lamentar-se sentimentalmente. É algo que meche com nossa estrutura, que muda fatos e circunstâncias em nossa vida, por isso são poucos que se arrependem. Devemos chamar as pessoas ao arrependimento se quisermos seguir o exemplo de obediência dos apóstolos. É impossível alguém entrar no reino de Deus sem passar pela porta do arrependimento, pois não há pessoas impertinentes no reino de Deus. Todos que entram em Seu reino sentem, choram e lamentam a sua triste condição espiritual. Os discípulos foram enviados de dois a dois. Isso fala de mutua cooperação, mutuo encorajamento, mutuo ensino e também credibilidade do testemunho. Em Mateus 28.20 diz que o Senhor vai estar sempre conosco quando estivermos cumprindo nosso chamado de ser e fazer discípulos.
Eles curavam os enfermos: Os apóstolos pregaram aos ouvidos e aos olhos. Eles falaram e fizeram. Proclamaram e demonstraram. Eles tinham palavra e poder. A salvação é uma benção que se estende ao homem integralmente, pois atinge ao corpo e a alma. Os apóstolos ungiam os enfermos com óleo. O óleo era usado como um cosmético, remédio e símbolo espiritual. Porem, os discípulos não usaram o óleo como remédio ou cosmético, mas como símbolo da presença, da graça e do poder do Espírito Santo. Não podemos nos esquecer de que ainda hoje o óleo é um símbolo bíblico da presença do Espírito Santo, e assim, a própria unção da manifestação da cura divina, é o poder de Deus operando em nós pela graça do Espírito Santo para libertar o oprimido, dar vista ao cego, o paralitico andar e o evangelho ser pregado às nações.
Eles expulsavam os demônios: A libertação faz parte do evangelho. O messias veio para libertar os cativos. Ele se manifestou para libertar os oprimidos do diabo e desfazer suas obras. O reino de Deus não estava penetrando num vácuo de poder, mas o Senhor nos tem chamado para levar as pessoas para Ele, e assim, precisamos entender que há um inimigo a ser vencido, um espaço a ser dominado que se encontra sobre uma fortaleza espiritual:
· Romanos 15.19 diz: “por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo; de maneira que, desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo.”
· 2 Coríntios 10.4-6 diz: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas  e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo,  e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão.”
    Jesus ensinou aos discípulos que deviam aproveitar as portas abertas e não forçar as fechadas. Onde houvesse rejeição, os apóstolos não deveriam permanecer, ao contrario deviam seguir adiante. Era preciso buscar portas abertas. Paulo obedeceu a ordem do Senhor quando orou por portas abertas e onde elas se fechavam, ele ia adiante. Em sua terceira viagem missionária, o apóstolo Paulo escreve “porque uma porta grande e eficaz se me abriu” (1 Co 16.9a). Paulo orou e o Senhor Jesus derramou do Seu Espírito sobre os crentes daquele lugar, de forma que falavam em línguas e profetizavam (At. 19.6), e todos os habitantes da Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus (v.10), pois “Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias” (v. 11). Mas o apóstolo Paulo, mesmo tendo uma porta grande e eficaz aberta, destacou: “e há muitos adversários” (1 Co 16.9b). Em Atos 19.23-41, observamos muitas perseguições que Paulo e a igreja de Cristo sofreram por amor a Jesus. Precisamos orar e buscar no Senhor por portas abertas. 
    Concluindo, nossas atitudes e ações precisam refletir a mensagem do evangelho de Cristo que temos recebido.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

Esperanças renovadas


“Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão.” (Isaías 40.31).
A Bíblia nos ensina que aqueles que esperam no Senhor renovam suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam. Amados, precisamos ter nossa esperança renovada. Não é por acaso que o Espírito Santo, que inspirou Isaías para usar a águia como ilustração neste texto, que nos traz profundas e ricas lições espirituais.
Em primeiro lugar, a águia, é conhecida como um símbolo de nobreza e realeza. De força e coragem. E sendo assim, precisamos entender que o Senhor nos criou com um propósito (2Pe 2.9). Somos a obra prima do Pai, temos muito valor para Ele. Mas quase sempre nos esquecemos disto, ao aparecer uma dificuldade, uma situação difícil, por exemplo, olhamos para dentro de nós e nos desvalorizamos, nutrimos sentimentos de inferioridade, complexos e muitas vezes caminhamos olhando para nós e sentido dó, pena. O Senhor não nos formou para sermos derrotados, mas Ele nos formou com um propósito. Deus nos criou, nos chamou e nos salvou da escravidão do pecado para vivermos em comunhão com Ele e não para vivermos reféns de conflitos de um coração enganoso e preso a conceitos mundanos. O Senhor nos desafia a vivermos como discípulos, que tem os valores do Reino de Cristo como seu ideal em meio a uma sociedade degradada e que carece do nosso testemunho. O Senhor nos chamou de sal e luz para uma geração.
Em segundo lugar, a águia tem a capacidade incrível de voar nas alturas. A águia faz algo interessante, o seu segundo vôo é sempre mais alto que o primeiro, ela voa sempre mais alto. Aqui podemos compreender que Deus quer que você viva uma vida centrada em Cristo, olhando para o alto de onde vem o socorro (salmo 121). Ele não quer que nossos pés vacilem e nem que nos envolvermos com as coisas deste mundo, que enchem de lama a nossa alma, que maculam a nossa historia, que trazem tristeza e vergonha ao nosso coração. Deus tem um caminho de santidade, de pureza, uma vida elevada para nós. Paulo ensina aos Colossenses como viver no dia a dia: Buscando as coisas do alto, pensando as coisas do alto (Colossenses 3.1-2).
Concluindo, a ainda uma terceira verdade que não podemos deixar de falar. A águia tem uma capacidade tremenda de voar em linha reta. Isto nos fala de integridade, de transparência. Uma vida reta e coerente, que nos leva a andar na luz e sermos testemunho as nações. Deus não quer que você use mascaras, que você ponha capuzes. Ele não quer que você tenha que colocar os cosméticos da aparência, mas Deus quer que a sua vida brilhe, que exale o bom perfume de Cristo.
Minha oração é que o Senhor renove a nossa esperança, renove as nossas forças. Que Ele nos levante, nos coloque de pé. Para podermos correr e não nos cansar, caminharmos e não nos fatigar e ter sempre os olhos elevados para Aquele que nos traz o socorro!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Ninguém pode se esconder de Deus.


“Vi o Senhor, que estava em pé sobre o altar; e me disse: Fere o capitel, e estremeçam os umbrais, e faze tudo em pedaços sobre a cabeça de todos eles; e eu matarei à espada até ao último deles; nenhum deles conseguirá fugir, nenhum deles escapará. Ainda que cavem até ao inferno, a minha mão os tirará dali; e, se subirem ao céu, dali os farei descer. E, se esconderem no cume do Carmelo, buscá-los-ei, e dali os tirarei; e, se dos meus olhos se ocultarem no fundo do mar, ali darei ordem à serpente, e ela os picará. E, se forem em cativeiro diante de seus inimigos, ali darei ordem à espada que os mate; e eu porei os meus olhos sobre eles para o mal, e não para o bem. Porque o Senhor Deus dos Exércitos é o que toca a terra, e ela se derrete, e todos os que habitam nela chorarão; e ela subirá toda como um rio, e abaixará como o rio do Egito. Ele é o que edifica as suas câmaras superiores no céu, e fundou na terra a Sua abóbada, e o que chama as águas do mar, e as derrama sobre a terra; o Senhor é o Seu nome.” (Amós 9.1-6).
Ao lermos os versos acima, podemos notar o clamor do profeta. Amós diz que o juízo de Deus é inescapável por causa de Sua onipresença (vs. 1-4). Ninguém pode se esconder de Deus. Ele está em toda parte. O Salmo 139 retrata de forma singular o atributo da onipresença de Deus (Sl 139.1-6). No livro de Apocalipse, quando o apóstolo João descreve a cena do juízo divino, os ímpios tentam se esconder de Deus, mas não conseguem (Ap 6.12-17). Adão procurou se esconder de Deus entre as árvores do Jardim do Éden, mas Deus o encontrou. O profeta Amós fala sobre a total impossibilidade de escapar do julgamento do Deus Todo Poderoso e de fugir de Sua justiça. Sendo assim, lendo estes versos de Amós, gostaria de destacar alguns pontos de como é impossível encontrar refúgio para fugir da ira de Deus:
 · Não há refúgio sobrenatural: Ainda que cavem até ao inferno, a minha mão os tirará dali; e, se subirem ao céu, dali os farei descer.” (Am 9.2). Isso, porque os homens não conseguirão se esconder de Deus no Sheol, o lugar dos mortos. Nem no céu, a habitação de Deus. A onipresença de Deus é uma verdade consoladora e sustentadora para aqueles que O temem, mas um terror para os que O ignoram. Pois o juízo está à vista! A menção à escalada até o céu mostra como a linguagem de Amós hipotética e hiperbólica. Se os israelitas fugitivos conseguissem fazer o impossível (elevar-se ao domínio celeste, o lar do sol, das estrelas e dos planetas) Deus, que fez as Plêiades e o Órion (Am 5.8), estaria lá, a fim de arrastá-los de volta a terra, para juízo que merecem. Se eles descessem ao Sheol, ainda assim, a mão do Senhor dos Exércitos os alcançaria. Nem mesmo o túmulo é tão terrível quanto Deus, quando Ele se levanta para julgar.
· Não há refúgio natural: “Se esconderem-se no cume do Carmelo, buscá-los-ei, e dali os tirarei; e, se dos meus olhos se ocultarem no fundo do mar, ali darei ordem à serpente, e ela os picará.” (Am 9.3). Os homens não conseguirão fugir de Deus no cume do Carmelo nem no fundo do mar. Do mesmo modo que o grande peixe obedeceu quando o Senhor lhe ordenou que tragasse a Jonas, assim a serpente marinha fará por ordem do Senhor com relação aos pecadores. O Carmelo que se ergue a seiscentos metros acima do nível do mar, defronte ao mar Mediterrâneo, estava coberto por uma floresta densa e cheia de cavernas, grutas e túmulos que podiam abrigar um exército, de forma que era notável como esconderijo. O Carmelo com suas cavernas e grutas oferecia amplas opções de esconderijo, bem protegidos contra grupos de busca humanos, mas não contra o Caçador divino.
· Não há refugio político: E, se forem em cativeiro diante de seus inimigos, ali darei ordem à espada que os mate; e eu porei os meus olhos sobre eles para o mal, e não para o bem.” (Am 9.4). Depois de perder a cidadania e a liberdade, o povo foi desterrado e levado cativo, mas mesmo em terras longínquas, não estariam em segurança, pois a espada de Deus os mataria.
Se refletirmos nestes três pontos acima, veremos que do Sheol ao Céu, do fundo do mar ao cume do Carmelo, Sua mão julgadora mantém o controle. E serpentes e espadas apóiam Seu plano. E para que ninguém se console falsamente dizendo que o Senhor não fará, ou não pode fazer, Amós manifesta a onipotência do nosso Deus, o Senhor dos Exércitos. Ele é o Deus de todo o poder (Am 9.5-6).