"Cristãos na teoria nem sempre são
discípulos na prática"



sábado, 19 de novembro de 2016

Chamados para brilhar!


“…brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 5.16).  Deus nos chamou do mundo para nos enviar de volta ao mundo como luz. Somos tão diferentes do mundo como a luz é diferente das trevas. Não fomos chamados para ser influenciados pelo mundo e nem para imitar o mundo. Fomos chamados para amar e ser um instrumento de transformação no mundo. Por isso amados, são as pequenas ações de pessoas comuns que mantêm as trevas distantes. Pequenos gestos de bondade e amor. Jesus nos ensina isso também. Ao avisar-nos que viveríamos em tempos de trevas, Ele nos lembrou que, por Sua causa, somos “a luz do mundo” (Mateus 5.14) e que nossas boas ações seriam o poder contra a escuridão, para a glória de Deus (v.16). Pedro, escrevendo aos cristãos que enfrentavam grande perseguição, disse-lhes que vivessem de forma que aqueles que os acusavam, “…observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (1 Pedro 2.12). Há um poder que as trevas não podem conquistar: “A força dos atos amorosos de bondade feitos em nome de Jesus.” É o povo de Deus que dá a outra face, anda mais uma milha, perdoa e ainda ama seus inimigos. Assim, busque a oportunidade privilegiada de realizar atos de bondade hoje para trazer a luz de Cristo a outros.
A NOSSA LUZ COMEÇA A BRILHAR COM A CONSCIÊNCIA
DA CRISE QUE NOS CERCA
Como igreja vivemos um perigo constante, o perigo de querer viver imitando a vida dos incrédulos que vivem ao nosso redor. Por isso, temos perdido o poder espiritual. Só vamos influenciar e ganhar o mundo quando formos exatamente diferentes do mundo. Tem se perdido o valor da santidade, parece-me que estamos nos acostumando com o pecado.
Luz e trevas não andam juntas. Onde a luz brilha, as trevas são dissipadas. Luz e amor, trevas e ódio são opostos. O verdadeiro cristão que conhece a Deus e anda na luz, obedece a Deus e ama a seu irmão. Fica visível sua fé genuína em sua correta relação com Deus e com o homem. Deve existir coerência entre o dizer e o fazer. Não há lugar aqui para indiferença. O amor é ativo como a luz. Não existe penumbra como meio termo. Não há meio termo nem neutralidade nas relações pessoais. Não podemos estar em comunhão com Deus e com as relações quebradas com os nossos irmãos ao mesmo tempo. Não podemos cantar hinos que falam do amor e ao mesmo tempo guardarmos mágoa no coração. É fácil amar os pagãos distantes, mas o plano de Deus é amar os membros da sua família, os irmãos da sua igreja, com quem você está em contato a todo o tempo.
A NOSSA LUZ BRILHA COM NOSSA CONSCIÊNCIA DO NOSSO CHAMADO
Fomos chamados e vocacionados por Deus para ser luz em meio as trevas, mas as vezes parece que nos esquecemos de nosso chamado, nos calamos e nossa luz se apaga, ficamos como o profeta Jonas, Jonas presumiu que sabia resolver os problemas de Deus melhor do que o próprio Deus e assim, por causa de seus preconceitos teológicos, recusou-se a ser um missionário além fronteira e uma bênção para os outros. Quando Deus chama Jonas e o envia para que sua luz brilhe entre os ninivitas, Jonas decide por conta própria o destino desta ímpia nação. Vai entra em um navio no sentido oposto a seu chamado e dorme o sono da indiferença. Os marinheiros quando foram assolados pela tempestade oraram intensamente aos deuses e buscaram socorro, mas Jonas ao mesmo tempo dormia o sono da indiferença e da fuga. Ele, quando exortado a invocar o seu Deus, não o fez. Apenas quando foi desmascarado como o culpado da trágica tempestade revelou sua identidade, escondendo, entretanto, o fato de ser profeta. Quando os marinheiros lhe perguntaram: “Que ocupação é a tua? Donde vens? Qual a tua terra? E de que povo és tu?” (1.8) Jonas não respondeu qual a sua ocupação. Ele mesmo não diz que é um profeta. Sua resposta foi ambígua. Jonas não se assume como profeta nem age como profeta. Os ninivitas ao ouvirem a voz de Deus se arrependeram e se humilharam desde o rei até às crianças. Jonas ouviu a voz de Deus e fugiu. Eles oraram com fervor e Jonas reclamou com amargor. Os pagãos demonstravam mais fervor que o profeta. A religiosidade deles era mais vívida do que a do profeta. É lamentável que os idólatras e seguidores das seitas heréticas sejam mais zelosos na sua prática religiosa do que aqueles que foram escolhidos, chamados, remidos e santificados por Deus. Aqueles que vivem sem a luz do evangelho, muitas vezes, demonstram mais zelo em suas crenças vãs do que os filhos de Deus, que têm a Palavra e Espírito Santo para guiá-los a uma vida abundante.
A NOSSA LUZ BRILHA COMO RESULTADO DE UMA VOLTA PARA DEUS
A nossa luz começa a brilhar quando voltamos as costas para o pecado e a face para Deus. Não é apenas um retorno à igreja, à doutrina, a uma vida moral pura, mas uma volta para uma relação pessoal com Deus. Os fariseus amavam mais a religião do que a Deus. Eles estavam mais apegados aos costumes religiosos do que a comunhão com Deus. A maior prioridade da nossa vida é Deus. Fomos criados para glorificarmos a Deus e desfrutarmos da sua intimidade. Não podemos estar somente envolvidos com a obra de Deus, mas não temos intimidade com o Deus da obra. Somos ativistas, mas não nos assentamos aos pés do Senhor. Deus está mais interessado em nossa relação com ele do que no nosso trabalho. Exemplo: Quando Jesus foi restaurar Pedro ele lhe deu uma lista de coisas para fazer, mas lhe perguntou: tu me amas? A volta para Deus é o primeiro degrau para que nossa luz brilhe.
Concluindo, ilumine as pessoas que fazem parte do seu dia a dia com atos de bondade. Quando entendemos o nosso chamado, nós voltamos para Deus e obedecemos seus mandamentos e deixamos Sua luz brilhar em nossas vidas coisas tremendas vai acontecer:
· Ao invés de fome, vai haver fartura;
· Ao invés de opressão do inimigo, terá libertação;
· Ao invés de seca, terá chuvas abundantes;
· Ao invés de prejuízo, vai ter restituição;
· Ao invés de vergonha, terá louvor;
· Ao invés de lamentações e solidão, teremos a plena consciência de que Deus está presente.

A graça na unidade da igreja!


Precisamos do poder de Deus para que na graça alcancemos a unidade. Todas as cartas de Paulo contêm um equilíbrio entre doutrina e dever. Na carta de Paulo aos Efésios não é diferente. Os três primeiros capítulos lidam com doutrina, nossas riquezas em Cristo, enquanto os últimos três capítulos explanam o dever, nossas responsabilidades em Cristo. A palavra chave nestes últimos três capítulos é ANDAR: 1) Andar em unidade (4.1-16); 2) Andar em pureza (4.17-5.17); 3) Andar em harmonia (5.18-6.9); e 4) Andar em vitória (6.10-24). Paulo ensina que o nosso andar precisa refletir a vida de Deus. Andar de modo digno de Deus, significa viver do mesmo jeito que Deus vive. A palavra
“digno” traz a ideia de uma balança, onde há um equilíbrio entre a vida de Deus e a nossa vida. A igreja tem duas características aqui: 1) É um só povo, uma única família de Deus; 2) É um povo santo, distinto do mundo secular. Por este ângulo a igreja orgânica se expressa através de relacionamentos, ministérios e dons concedidos a seus membros. Podemos ver em Efésios 4, a operação da graça de Deus no corpo e nos ministérios funcionando organicamente na igreja:
A GRAÇA DA UNIDADE (Ef 4.1-6)
Paulo falando acerca da graça da unidade e os fundamentos da unidade. Paulo fala de unidade e não uniformidade, unidade vem do interior, é uma graça concedida pelo Pai. Enquanto que uniformidade é o resultado de pressão exterior.
“Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” (vs. 1-3).
Esta unidade do Espírito que Paulo nos mostra não é algo mecânico, nem externo, mas é interno, é algo que Deus pela ação graciosa do Espírito Santo tem colocado em nós. Não por imposição, mas pela virtude do poder de Cristo operando em nós. 
A nossa unidade com o Espírito Santo, nos capacita a andarmos em santidade em nossas ações e reações, Ele nos capacita a respondermos com humildade e mansidão as dificuldades de nosso dia a dia. Paulo está mais uma vez usando a figura do corpo para descrever a unidade. E ele enumera quatro virtudes que caracterizam o andar digno de um discípulo:
· “...com toda humildade” = Muitas vezes no mundo, a humildade é desprezada por ser um sinal de fraqueza (quando sou fraco é que sou forte). Mas Paulo destaca aqui a virtude do humilde é abrir mão de interesses pessoais.
· “...e mansidão” = Mansidão é a suavidade dos fortes, cuja força está sob controle. É a qualidade de uma pessoa forte que, mesmo assim, domina a si mesmo e escolhe servir as pessoas.
· “...com longanimidade” = Uma pessoa paciente, que suporta as provocações com paciência. Uma pessoa longânimo é aquela que suporta o insulto sem amargura nem lamento. Lembre-se: “O amor tudo suporta!”
Amados, a nossa unidade não é construída pelo homem, mas pelo nosso Santo Deus. Por isso, Paulo fala da importância de preservar a unidade do Espírito no vinculo da paz. E algo interessante aqui é que a unidade é orgânica, mas ela precisa ser preservada. Quando Paulo diz para suportarmos uns aos outros em amor, ele não está querendo dizer aguentando, tolerando, mas de servir de amparo e suporte para o irmão. Fazendo isso com amor, expressando a manifestação pratica da paciência.
OS DONS DA UNIDADE (Ef 4.7-11)
Variedade na Unidade – Paulo move daquilo que todos os cristãos têm em comum para aquilo que difere um cristão do outro: os dons espirituais. Os dons são dados para unir e edificar a igreja. Os dons são habilidades dadas aos crentes para que eles sirvam a Deus e aos irmãos de tal modo que Cristo seja glorificado e os crentes sejam edificados. 1. Todo cristão possui algum dom; 2. Existe grande variedade de dons; 3. O Senhor glorificado é soberano na distribuição dos dons. Como você pode descobrir e desenvolver os seus dons? Pela comunhão na sua igreja. Os dons não são brinquedos particulares para o nosso próprio deleite, mas são ferramentas com as quais devemos trabalhar em prol dos outros. Se os dons não forem usados para a edificação dos outros, transformam-se em armas de combate aos outros como aconteceu na igreja de Corinto (1 Co 12-14). Cristo levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens – Cristo ascendeu ao céu como o supremo vencedor. A figura aqui é de um conquistador militar conduzindo seus cativos e distribuindo os espólios com os seus seguidores. Aqui, entretanto, os cativos não são os inimigos, mas o seu próprio povo. Os pecadores que estiveram sob o domínio da carne, do mundo e do diabo, agora são cativos de Cristo. Quando Cristo veio à terra foi ao profundo da humilhação. Quando ascendeu ao céu alcançou o máximo da exaltação. Então, ele deu dons aos homens. Que dons são esses, chamados dons de Cristo à igreja?
O CRESCIMENTO DA UNIDADE (Ef 4.12-16)
Os dons de Cristo à igreja são têm objetivos claros: “Aperfeiçoamento dos santos” A palavra é a mesma usada para “remendar as redes” (Mc 1.19) em como restaurar um osso quebrado. Para o desempenho do serviço, a função principal dos pastores e mestres não é fazer a obra, mas treinar os crentes para fazer a obra. A edificação do Corpo de Cristo tem como finalidade a edificação da igreja. As evidências do crescimento espiritual da igreja podem ser vistos em quatro aspectos:
· A maturidade espiritual ou semelhança com Cristo (vs. 13) O nosso alvo é o crescimento espiritual. Cristo é a nossa vida. Ele é o nosso exemplo. Ele é o nosso alvo. Dever imitá-lo e chegar à sua semelhança. A igreja impõe aos seus membros nada menos que a meta da perfeição. Precisamos ser um reflexo do próprio Cristo. Um crente é alguém em quem Cristo vive de novo. 
· Estabilidade espiritual (vs. 14) Um crente maduro não é jogado de um lado para o outro pelas novidades espirituais que surgem. Há crentes que vivem embarcando em todas as ondas de novidade e jamais se firmam na verdade. Vivem atrás de experiências e não têm discernimento para identificar os falsos ensinos. As modas vêm e passam. As novidades religiosas são como goma de mascar, perdem logo o doce e então as pessoas começam a mascar borracha e logo precisam de outra novidade. 
· Seguir a verdade em amor (vs. 15) A verdade sem amor é brutalidade, mas amor sem amor sem verdade é hipocrisia. “Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém, os beijos de quem odeia são enganosos” (Pv 27:6).
· Cooperação espiritual (vs. 16) Cada membro do corpo, não importa o quão insignificante pareça ser, tem um ministério importante a exercer para o bem do corpo. O corpo cresce, quando os membros crescem. E eles crescem quando eles alimentam uns aos outros com a Palavra de Deus. Crianças não podem se cuidar sozinhas. Precisamos uns dos outros. Um cristão isolado não pode ministrar aos outros.
Concluindo, temos aqui a visão de Paulo para a igreja. A nova sociedade de Deus deve demonstrar amor, unidade, diversidade, e uma maturidade sempre crescente. Estas são as características de uma vida digna da vocação a que Deus nos chamou.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

A beleza dos joelhos dobrados!


“Porque eu sabia que eras obstinado, e a tua cerviz é um tendão de ferro, e tens a testa de bronze.” (Isaías 48.4). 
Estava meditando neste texto de Isaías e comecei a refletir um pouco sobre a forma como o Senhor nos criou, Deus nos criou eretos, porem precisamos aprender a dobrar nossos joelhos e nos curvar, principalmente diante do Criador!
Mas as vezes (ou quase sempre) esta é uma posição incomoda e não temos facilidade em nos curvar. Na maioria das vezes somos resistentes a nos dobrar e ajoelharmos (“Disse mais o SENHOR a Moisés: Tenho visto a este povo, e eis que é povo obstinado.” Êxodo 32.9). 
Algo que me chama a atenção no texto de Isaías, é que Deus está nos exortando, dizendo que o tendão do pescoço era de ferro e a testa era de bronze. Fico imaginando como as vezes nos portamos assim, somos orgulhosos, obstinados e teimosos. Assim caímos no erro de se tornar alguém que não se dobra, não se ajoelha, não coloca o rosto no chão. (colocamos nossa confiança em outras coisas...).  
Sabe meus irmãos, precisamos descobrir a graça que existe nos joelhos dobrados, em se humilhar na presença do Senhor. Quando nos ajoelhamos, quebramos o orgulho e tudo que impede o fluir da graça do Pai em nossas vidas. Ao nos ajoelharmos nos aproximamos de Deus e esta é uma reverencia aceita por Deus, demonstramos nossa confiança e comunhão com Ele (Pedro nos ensina assim: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” 1 Pedro 5.6-7).
Podemos ver na Bíblia, pessoas extremamente necessitadas aproximando-se de Jesus e se ajoelhando diante d’Ele para suplicar por seu favor e vale a pena relembrarmos: Como Marcos cita o homem leproso que se ajoelha diante do Redentor: “Aproximou-se d’Ele um leproso rogando-lhe, de joelhos: Se quiseres, podes purificar-me.” (Marcos 1.40). Ou o clamor de um pai desesperado diante da grave doença de seu filho: “E, quando chegaram para junto da multidão, aproximou-se d’Ele um homem, que se ajoelhou e disse: Senhor, compadece-te de meu filho, porque é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo e outras muitas, na água.” (Mateus 17.14-15). 
Pensando um pouco sobre este tema, gostaria de destacar alguns pontos para refletirmos:
1. Os joelhos dobrados nos ajudam a vencer a carne
Precisamos voltar aos joelhos dobrados. Nossa oração rompe as barreiras e quebra as amarras que nos prendem. As vezes caímos no engano de achar que as circunstancias, dificuldades que enfrentamos são maiores e mais forte do que nós. Não podemos dar lugar a carne! A uma batalha que ocorre dentro de nós e o apostolo Paulo faz uma afirmação importante para nós na Carta aos Gálatas: “Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne”(Gl 5-16). Neste verso podemos ver um mandamento e uma promessa libertadora.
· Mandamento: “vivam pelo Espírito...”
· Promessa: “vocês não vão satisfazer os desejos da carne...”
Imagino que muitas vezes dentro do contexto que vivemos podemos sentir um certo constrangimento e dificuldade em afirmar que “vivemos pelo Espírito”. Contudo, essa afirmação é central. Ser discípulo de Jesus é viver pelo Espírito Santo.
Viver pela “carne” não é apenas viver em devassidão e pecando, é viver uma vida autocentrada, autoconfiante, autossuficiente. O que importa é a minha vida, minha felicidade, minha realização, minhas opiniões, meu ministério, meu jeito e por aí vai.  A vida no Espírito é a vida centrada em Cristo. Nossa confiança é depositada n’Ele. O que mais importa é o Seu reino e Sua justiça, seus mandamentos e Sua palavra, Sua vida e Seu exemplo. O que nos torna insensíveis, descompromissados, ciumentos ou invejosos é a forma voluntariosa e autocentrada como vivemos. Quando vivemos pelo Espírito nos tornamos pessoas mais livres e verdadeiras. Aprendemos a amar, não qualquer forma de amor, mas o amor de Jesus Cristo. Experimentamos a alegria, não qualquer forma barata e passageira de alegria, mas a alegria de Jesus. O Espírito Santo toma aquilo que é de Cristo e o torna nosso. A mesma comunhão (participação) que o Espírito realiza entre o Pai e o Filho, ele realiza entre os discípulos e o Filho, e, por meio do Filho, entre os discípulos e o Pai.
2. A experiência dos joelhos dobrados é viver a vida de Cristo pelo poder do Espírito Santo.
É andar no Espírito. A vida autoconfiante da carne se opõe à vida entregue ao Espírito. O esforço humano jamais alcançará a liberdade da vida em Cristo. No entanto, Paulo reconhece que podemos participar da obra do Espírito. Ele diz: “Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna”. Semear para o Espírito é o caminho do discípulo de Cristo.
É neste momento precisamos olhar para o exemplo que vários homens e mulheres da Bíblia. Eles se punham de joelhos diante de decisões e dificuldades que estavam enfrentando, como Salomão, diante do desafio de governar a nação se põe de joelhos diante do Senhor: “Sucedeu, pois, que, acabando Salomão de fazer ao Senhor esta oração e esta suplica, estando de joelhos e com as mãos estendidas para os céus, se levantou diante do altar do Senhor.” (1 Reis 8.54). 
Vemos também Esdras em sua indignação pela nação, caindo de joelhos e clamando ao Senhor: “e perto do sacrifício da tarde me levantei da minha aflição, havendo já rasgado as minhas vestes e o meu manto, e me pus de joelhos, e estendi as mãos para o Senhor meu Deus...” (Esdras 9.5). 
Quantos de nós não somos colocados em situações difíceis de resolver, você inclusive neste momento pode estar sendo perseguido em seu trabalho ou escola, pode ainda estar sendo caluniado e tendo pessoas armando para sua vida. Deixa eu te dizer algo sobre este homem de Deus: Daniel! Ao saber dos planos que conspiravam contra ele, ao ponto dele ser lançado na cova dos leões, qual foi sua reação: “Daniel, pois, quando soube que o edito estava assinado, entrou em sua casa... e se punha de joelhos, e orava e dava graças diante do seu Deus, como também antes costumava fazer...” (Daniel 6.10). O Senhor enviou o Seu anjo e fechou a boca dos leões!
Concluindo, eu poderia ficar horas aqui falando várias situações em que homens e mulheres se colocaram de joelhos diante do Senhor clamando por Seu socorro, mas eu gostaria de dizer algo a você amado irmão, Paulo escrevendo aos efésios revela uma graça valiosa: “Por essa razão, ajoelho-me diante do Pai e oro para que Ele os fortaleça com poder, por meio do Seu Espírito.” (Ef 3.14-16).  Precisamos voltar a pratica da suplica, do rogo, pois em relação a oração nossos joelhos não podem ficar ociosos. Eles foram feitos para se dobrarem diante do Todo-Poderoso, por isso o salmista nos convida: “Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemos diante do Senhor, o nosso Criador” (Sl 95.6). Amados precisamos aprender a fazer isso para que, na plenitude da graça:  “...ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.” (Fp 2.10-11).
A Deus toda a gloria!

terça-feira, 15 de março de 2016

Deus quer curar as nossas feridas


“Portanto, profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Eis que abrirei a vossa sepultura, e vos farei sair dela, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel.”  (Ezequiel 37.12).
O texto trata de um povo ferido, cujas esperanças pareciam sepultadas para sempre no exílio na Babilônia. Foi em meio a esse desespero existencial que o profeta traz esta revelação de esperança. Talvez a sua experiência não seja a mesma que o povo hebreu estava enfrentando. Mas, pode ser que a sua necessidade seja real, porém, de outra ordem.   
Mas você pode me perguntar: “Chico, o que é essa sepultura? As vezes nos enterramos na tristeza, na amargura, no vicio, na pornografia, no medo, na solidão ou na angustia e sem perceber, nos afastamos demasiadamente do Senhor, acabamos abrindo espaços vazios em nosso íntimo que nos rouba a fé e esperança. Amados, há promessas do Senhor que ainda não se cumpriram em nossas vidas. Precisamos entender que existe uma luta em nosso íntimo e esta batalha é do Senhor! Há um vale de situações e circunstancias que precisam ser restauradas pelo Senhor. E gostaria de citar algumas verdades que podemos aprender com este texto do profeta Ezequiel: 
Em primeiro lugar, precisamos entender que existe um espaço ocupado ilegalmente por nossas feridas. É ilegal porque todo espaço disponível em nossa vida foi preenchido por Jesus: 1 Pedro 1.18-19: “...sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, Mas, pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo...” Nosso destino não é ficar preso em nossas emoções e sentimentos feridos. O inimigo ocupa espaços feridos e se alimenta de nossas dores. Lúcifer (satanás), tenta provocar nossos instintos naturais, com o fim de nos fazer pecar. Ele nos espreme tentando extrair nosso suco mais azedo (Como uma frase muito comum em nossos dias: “Há como eu sou má, hahahaha”). Para alcançar seu intento, ele nos fustiga com pessoas e situações que são capazes de exibir atitudes provocativas. Ele quer nos mostrar o que temos de pior dentro de nós. Em nossas feridas o inimigo estabelece domínio sobre nós. Ele nos fere para conquistar mais espaços em nosso interior, formando uma área de contaminação. É um instrumento nas mãos do inimigo para nos subjugar.  E deixa eu dizer algo a você: é possível ficarmos vulneráveis! Quando passamos por circunstancias ou problemas onde em nosso intimo nos sentimos prejudicados ou roubados.
Em segundo lugar, precisamos estar atentos pois as feridas são sepulturas que nos engolem, como disse agora a pouco, as vezes ficamos vulneráveis aos ataques do inimigo. Paulo nos mostra isso em 1Co 10.13: “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.”  Muitos relacionamentos têm sido enterrados na falta de compreensão, muitos hoje acabam se enterrando no medo, nas angustias. Se sentem incapazes diante das provações. Acabam dando ouvidos ao inimigo que diz que somos incapazes.  Amados, as feridas sufocam nossa vida com Deus. Sufocam nossa vida minando nossa fé, rouba nossa esperança, as feridas se transformam em águas amargas que ficam represadas em nosso interior, nos tornando amargos e indiferentes ao agir de Deus em nossas vidas.
E em terceiro lugar, as feridas são um espaço a serem conquistados por Cristo! Jesus aponta as nossas possibilidades. Uma ferida curada é um espaço a mais para o agir de Cristo e um a menos para o diabo. Quando Cristo governa nossas vidas não existe espaços vazios.
Em 2Co 2.10-11, Paulo apresenta a pratica do perdão como uma arma capaz de desmontar algumas das mais perigosas ciladas do inimigo, além de queimar eficientemente arquivos incômodos: “A quem perdoais alguma coisa, também eu perdoo; porque, de fato, o que tenho perdoado (se alguma coisa tenho perdoado), por causa de vós o fiz na presença de Cristo; para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios.”  O perdão é necessário para experimentarmos plena felicidade. Nenhum calmante químico pode aquietar uma alma desassossegada pela mágoa. Nenhum prazer deste mundo pode aliviar a dor de um coração ferido pelo ódio. A mágoa produz muitas doenças. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. Mas, o perdão traz cura completa para o corpo e felicidade plena para a alma. Nós não somos perfeitos, não viemos de uma família perfeita, não temos um casamento perfeito, não temos filhos perfeitos nem frequentamos uma igreja perfeita. Consequentemente, nós temos queixas uns dos outros. Na verdade, nós decepcionamos as pessoas e as pessoas nos decepcionam. Nossas fraquezas transpiram em nossas palavras e atitudes. Sem o exercício do perdão ficamos entupidos de mágoas e a mágoa gera raiz de amargura no coração. Não somente isso, a amargura perturba a pessoa que a alimenta e contamina as pessoas ao redor. Hebreus 12.15 diz: “Cuidado para que não haja alguma raiz de amargura, que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados”. Feridas abertas e não tratadas são raízes de amargura. Uma ferida emocional não tratada cresce e se transforma em amargura, ressentimento e alienação porque não foram tomados os cuidados necessários quando ainda era pequena. Amados, o conhecimento das estratégias do inimigo nos torna capazes de saber como lutar contra ele. Será uma benção para nós, se respondermos a esse mal com o bem. Uma reação indevida, do tipo que o diabo gosta, provocará graves prejuízos emocionais (Provérbios 26.4). Ouvi certa vez, de um amigo a historia de um professor que pediu a seus alunos que levassem uma sacola com batatas para a sala de aula. Solicitou que separassem uma batata para cada pessoa que os magoara ou de alguma forma os fizera sofrer. Então que escrevessem o nome da pessoa na batata e a colocassem dentro da sacola. Eles começaram a pensar, e foram lembrando uma a uma... Algumas sacolas ficaram muito pesadas! A tarefa seguinte consistia em, durante uma semana, carregar a sacola com as batatas para onde quer que fossem. Com o tempo as batatas foram apodrecendo. Era um incômodo carregar a sacola o tempo todo e ainda sentir seu mau cheiro. Além disso, a preocupação em não esquecer a sacola em algum lugar fazia com que deixassem de prestar atenção em outras coisas que eram importantes para eles. E foi assim que os alunos entenderam a lição de que carregar mágoas é tão ruim quanto carregar batatas. Quando damos importância aos problemas não resolvidos ou às promessas não cumpridas, nossos pensamentos enchem-se de mágoa, aumentando o stress e roubando nossa alegria.
Perdoar e deixar a mágoa ir embora é “tratar a ferida” é a única forma de trazer de volta a alegria. 
Jogue fora suas “batatas” e seja feliz!!!
Concluindo, Deus quer curar nossas feridas. É importante reconhecer que elas existem (“Então vos lembrareis dos vossos maus caminhos, e dos vossos feitos, que não foram bons; e tereis nojo em vós mesmos das vossas iniquidades e das vossas abominações.” Ezequiel 36.31); O pecado está trabalhando contra nós, e temos que colocar toda a nossa confiança em Cristo! Então, confie n'Ele agora! Ouse, experimentar a obra de Deus por você, em você e através de você! Tenha coragem para experimentar a liberdade em Cristo, que não permite criar espaços para ficarmos presos aos vícios, hábitos e escravidão da velha vida da cova do pecado. Como um cristão Deus o ressuscitou, Deus o exaltou, Deus o fez assentar no trono com Jesus para que você seja um troféu da sua graça por toda a eternidade!

Andando em sabedoria


No texto de Tiago capitulo 3 ele nos fala dos versículos 1 ao 12 sobre o poder da língua:
· Ela tem o poder de dirigir (freio e leme);
· Ela tem o poder de destruir (fogo e veneno); e,
· Tem o poder de deleitar (fonte e fruto).
E nos versos 13 a 18, vemos Tiago nos ensinando sobre a sabedoria que tanto necessitamos para lidarmos em nossos dias com circunstancias e com as pessoas. Assim meus amados, como o rei Salomão pediu sabedoria para Deus, nós também precisamos clamar ao Senhor por sabedoria. Porem, pode nos surgir uma questão: O que é sabedoria? Uma definição bem simples, mas bem coerente é: Sabedoria é o uso correto do conhecimento.  Uma pessoa pode ser muito inteligente, mas não ser sábia. Em nossos dias se da mais valor para a inteligência emocional do que à inteligência intelectual. Uma pessoa pode ser muito inteligente, mas não sabe se relacionar com pessoas. Este é um dos conflitos de nossos dias, a intolerância e falta de relacionamentos, e como mensageiros de boas novas precisamos de muita sabedoria para proclamar o Reino de Deus as pessoas. Tiago nos mostra nos versos 13 e 14, que a sabedoria se reflete nos relacionamentos. E a melhor definição para sábio é aquele que é santo em seu caráter, profundo em discernimento e útil nos conselhos.
Meus irmãos nestes dias mais que nunca, precisamos ser sábios e inteligentes pela mansidão da sabedoria e pelas boas obras mostrando em nosso santo proceder o testemunho de Cristo Jesus em nossas vidas. Gostaria de comparar à sabedoria de Deus com a sabedoria do mundo, Tiago faz três contrastes quanto a sua origem, as suas características e ao seu resultado:
 1. A origem da sabedoria
Tiago nos mostra claramente dois tipos de sabedoria: a sabedoria terrena e a sabedoria celestial. Aqui me surge uma questão: Qual sabedoria governa nossa vida? Que tipo de vida estamos vivendo? Quais os frutos que este estilo de vida esta produzindo? Sua fonte é doce ou salgada (vs.12). Tiago nos ensina que há uma sabedoria que vem do alto e outra que é terrena. Uma vem de Deus e a outra é produzida pelo próprio homem. Ele nos diz que a sabedoria da terra tem três características: Ela é terrena, animal (não espiritual) e demoníaca.
· Terrena, pois é a sabedoria deste mundo (Paulo diz em 1Co 1.20-21 assim: “Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação.”). A sabedoria do homem vem da razão, enquanto a sabedoria de Deus vem da revelação. A sabedoria terrena não conseguiu resolver os conflitos da humanidade. O homem tem conhecimento, dinheiro, poder, ciência, mas continua sendo mau e corrupto. Mais amante dos prazeres do que de Deus.
· Animal ou não espiritual: A palavra no original aqui é ψυχικη / psychikē tem um sentido da natureza da pessoa com seus desejos e impulsos das paixões carnais. Sendo assim oposta a natureza espiritual. Em Judas 1.19 ela é traduzida por sensual (“São estes os que promovem divisões, sensuais, que não têm o Espírito.”). Essa natureza está em oposição às coisas de Deus, ela escarnece das coisas espirituais. A palavra de Deus não governa mais a vida familiar, econômica, profissional, sentimental. As coisas de Deus não importam mais.
· Demoníaca: Essa foi a sabedoria usada pela serpente que enganou Eva, induzindo-a a querer ser igual a Deus. Esta sabedoria faz as pessoas desacreditar em Deus para crer nas mentiras de satanás. Muitas pessoas hoje continuam a acreditar nas mentiras do diabo (Ler Rm 1.18-25). Foi nesta sabedoria que Pedro raciocinou que estava fazendo o bem em impedir Cristo de ir a Jerusalém (Arreda, Satanás! Porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens. Mc 8.33).
Tiago porem, fala sobre a sabedoria do alto. Amados a verdadeira sabedoria vem de Deus, do alto. Ela é fruto de oração, é dom de Deus. Esta sabedoria está em Cristo. Em Jesus temos todos os tesouros da sabedoria. Essa sabedoria está na palavra, visto que ela nos torna sábios para salvação (2Tm 3.15 diz assim: e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.). 
2. As características da sabedoria
Amados, não podemos estar indiferentes, pois se as duas sabedorias procedem de origens radicalmente diferentes, elas também operam em caminhos diferentes. A falsa sabedoria se manifesta onde há inveja amargurada, sentimento faccioso e mentira. Essa ambição esta ligada a cobiça, disputa, competição. Tiago nos alertou para o perigo de se cobiçar posição espiritual. No mundo a uma disputa cada vez maior por uma promoção pessoal. Você é o melhor! Você é o cara! A sabedoria do mundo exalta o homem e rouba de Deus a Sua glória. Há um perigo que nos ronda, que bate a porta, que nos ilude: “É UMA SUPER PREOCUPAÇÃO COM NOSSA POSIÇÃO, DIGNIDADE E DIREITOS.”
A sabedoria terrena funciona mais ou menos assim: A inveja produz sentimento faccioso. Este promove a vaidade e a vaidade se alimenta da mentira. Tiago nos dá porem uma lista de atributos da verdadeira sabedoria: “A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento.” (vs.17).
3. Os resultados da sabedoria 
A origem determina os resultados.  Sendo assim a sabedoria do mundo produz resultados mundanos, mas a sabedoria espiritual produz resultados espirituais.
· A sabedoria do mundo: Produz problemas:  Inveja, confusão e todo tipo de coisas ruins. Pensamentos errados produzem atitudes erradas. Causa desordem e traz instabilidade emocional a vida das pessoas.
· A sabedoria celestial: Produz bênçãos: Uma pessoa sábia é conhecida por sua conduta santa e obras dignas. Sua vida é uma semeadura e uma colheita. Ele semeia justiça e não pecado, semeia paz e não guerra. Traz a paz e proclama as virtudes de Cristo com seu bom testemunho.

Concluindo, vamos andar em sabedoria quando Cristo dirigir nossos passos e determinar nossa conduta. E assim vamos demonstrar os frutos de uma vida reta e imitando a Jesus em nosso proceder diário: Como nos vamos falar, como nos vamos agir e como nós vamos reagir diante das dificuldades do nosso dia a dia. Pois ensinar a sabedoria é mais importante do que apenas transmitir conhecimento.
Que Deus nos ajude!