"Cristãos na teoria nem sempre são
discípulos na prática"



segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A ética e a vida comunitária no Novo Testamento

“Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica.” (Filipenses 1.27).
Em o Novo Testamento, a vida comunitária traduz um aspecto sobremodo importante pra o andar cristão. Não há cristianismo onde o individualismo prevalece. Talvez por causa do capitalismo temos a ênfase da experiência pessoal mais enfatizada do que a experiência comunitária. O socialismo não é a resposta por causa de seu imanentismo e chave hermenêutica da luta de classes que promove mais o antagonismo social do que a verdadeira comunhão.

1.     Vivendo a cidadania do Reino
“Vivei” o verbo utilizado por Paulo aqui no original é: πολιτευεσθε / politeuesthe, que não tem o sentido geral de περιπατεω /peripateō  “andar”, assim um sentido politico “vivei como cidadãos” tratando-se de cristãos significa viver como cidadãos do Reino traduzindo assim o sentido pratico de vida comunitária. Assim podemos entender o reino de Deus como uma nova ordem politica, econômica e social, não simplesmente um sistema de doutrinas e credos isolados do contexto da vida.

         2.     Uma vida que transforma
Podemos compreender neste texto porque o Novo Testamento que visa a formação espiritual nunca se dirige a pessoas isoladas, mas sempre a comunidade, aos irmãos e sua vida conjunta. A conduta adequada que corresponde a espiritualidade do reino e a santificação, ocorrem no contexto da vida fraterna que o Novo Testamento preconiza. Esta é a vida que se transforma e produz transformação verdadeira e se torna um testemunho para a sociedade.

         3.     Nossa verdadeira luta
Como cristãos não estamos inseridos em contextos ideológicos humanistas, não obstante, não somos reféns de uma espiritualidade legalista (Conferir Cl 2.23), nem apegados a concepções fundamentalistas que distorcem a verdade. Preceitos humanos provenientes de literalismos doentios jamais captarão a plenitude da vida ativa em constante mutação. Também não podemos ser prisioneiros de aspectos exteriores onde o coração e a interioridade profunda da fé não se façam presente, talvez por isso, a exortação de Paulo: “...de modo digno do evangelho de Cristo. Vivei a vossa vida comunitária.” Onde os conceitos de unidade, diversidade, individualidade e coletividade se complementam numa dinâmica produzida pelo Espírito Santo: “Estai firmes, em um só espirito com uma só alma lutando juntos pela fé evangélica.”   


Concluindo, portanto, este aspecto de vida comunitária é muito significativo porque é na comunidade que o evangelho de Cristo é percebido em sua maneira digna de vivencia-lo, com transparência e fidelidade a Jesus Cristo, o Senhor. Nesses dias é de vital importância que recuperemos essa dimensão de vida do Novo Testamento porque somente assim Cristo será glorificado em Seus santos.