"Cristãos na teoria nem sempre são
discípulos na prática"



segunda-feira, 23 de junho de 2014

Quando Deus transforma nosso sofrimento em oportunidades


“Meus irmãos, eu quero que vocês saibam que as coisas que me aconteceram ajudaram, de fato, o progresso do evangelho.” (Filipenses 1.12).
Paulo enfrentou toda sorte de provações e sofrimentos desde o dia de sua conversão. No texto que lemos ele dá um breve relato, mas os irmãos não imaginariam que ele foi perseguido em Damasco, rejeitado em Jerusalém, esquecido em Tarso, apedrejado em Listra, acoitado e preso em Filipos, foi expulso de Tessalônica, convidado a se retirar de Beréia, chamado de tagarela em Atenas e de impostor em Coríntio. Enfrentou feras em Éfeso, foi preso em Jerusalém e acusado em Cesárea, enfrentou naufrágio indo para Roma e picado por uma cobra na ilha de Malta. Ufa! Mas, ao chegar à capital do império, algemado, Paulo escreveu sua carta aos Filipenses, resumindo que as dificuldades que estava enfrentando estavam contribuindo para o progresso do evangelho.
A palavra progresso (avanço) prokophvn / prokopēn no grego, traz um sentido de um engenheiro que ao construir uma estrada encontra todo tipo de dificuldades, mas eles precisavam abrir as estradas para que o império avançasse.
O sofrimento do cristão abre as portas e caminhos para o avanço do evangelho. Apesar de estar preso Paulo escreve uma carta alegre e encoraja os irmãos a avançar! Seu teor mostra que o sofrimento não deve derrubar um fiel. Paulo ainda ecoa hoje em nossas vidas dizendo: “Pare de sofrer”. Há sofrimento, mas Deus pode torná-lo em vitória (1.20-21). Gostaria de destacar o ensino que Paulo estava transmitindo aos filipenses:
1. Paulo nos encoraja a pregar a palavra
    A vida de Paulo e sua fé não ficou limitada com sua prisão, pois ele se considerava prisioneiro de Cristo e embaixador em cadeias, mas o evangelho avançou e foi ampliado com suas cadeias.
     A igreja foi desafiada e encorajada a pregar. Paulo se alegrava no Senhor em ver que as dificuldades que lhe aconteciam estavam abrindo caminhos para o avanço da mensagem que liberta e alargando estradas para a pregação do evangelho. Deus não está desatento com o sofrimento de seus filhos, pelo contrario, Ele faz das dificuldades situações para que o evangelho do reino seja pregado.
2. Em meio ao sofrimento pessoas são evangelizadas
   Paulo estava preso aos cuidados do imperador e assim dois soldados da guarda pretoriana ficavam algemados a ele em três turnos por dia, durante dois anos (aproximadamente 9 mil homens). Esses soldados faziam parte de uma tropa de elite. Eram pessoas qualificadas e preparadas para exercer a função de escolta real e tinham transito livre no palácio e influencia politica no império.
     Paulo podia estar algemado, mas seus lábios não estavam amordaçados, eles estavam livres para testemunhar de Cristo (lembre-se as vezes você pode achar que esta preso em seu trabalho ou em seus afazeres, mas sua boca nunca estará impedida de anunciar Cristo!). Deixa eu te dizer algo aqui: O imperador, sem perceber, foi constituído por Deus como presidente das missões estrangeiras do império, pois havia colocado no palácio, com escolta real, o maior missionário cristão e diante dele um auditório fiel. Paulo ganhou muitas pessoas para Cristo no império ao ponto de citar em sua carta: “Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César.” (Filipenses 4.22). Em meio ao sofrimento podemos testemunhar e colher muitos frutos para a gloria de Deus!
3. Em meio ao sofrimento podemos encorajar outros
      Paulo estava preso, não podia fazer visitas, mas isso não o impediu que ele testemunhasse o que Deus estava fazendo em sua vida. Ele começou a escrever cartas e essas cartas são um tesouro até hoje. Paulo escreveu cartas para os efésios, filipenses, colossenses e Filemon da cadeia. Essas epístolas tem sido luzeiros a brilhar para milhares de pessoas em todo mundo. Foram cartas inspiradas pelo Espírito Santo e tanto tem edificado vidas e consolado o rebanho de Cristo. Precisamos hoje ser esta carta na vida de pessoas que estão ao nosso redor que fazem parte do nosso dia a dia, sermos como Paulo instrumento para levar tantos outros aos pés da cruz de Cristo.
     Concluindo, Se a nossa pregação não produzir alegria, se ela não tirar fardo, iluminar trevas, abrir prisão, então ela sofre de um mal grave.  Talvez nós tenhamos acostumado a amaldiçoar as trevas, em vez de deixarmos brilhar a luz. Devemos entender que maldição não muda treva nenhuma. A alegria em Cristo, porém, assim como transformou as trevas da prisão de um missionário, dois mil anos atrás, poderá transformar as trevas de nossa vida, mesmo na situação mais desesperadora. E também transformará as trevas espirituais de muitas vidas. Que nossa preocupação não seja “Pare de sofrer”, mas glorificar a Cristo, em qualquer circunstância.
    “Eu penso que o que sofremos durante a nossa vida não pode ser comparado, de modo nenhum, com a glória que nos será revelada no futuro.”
(Romanos 8.18).